Lugar de fala, apropriação cultural, práticas corporativas inclusivas, diversidade, equidade… Pois é, o mundo ficou mais complexo por vários bons motivos, e as empresas correm para corrigir falhas que deveriam ter sido resolvidas há muito tempo. Um dos desafios atuais nesse contexto é o uso apropriado de palavras e termos que não reforcem preconceito racial ou outro preconceito discriminatório.
Escrever de forma inclusiva dá trabalho. Fazer o rebranding de marcas famosas para eliminar de seus nomes algum tipo de preconceito ou para sair de uma saia justa, também. Vamos combinar que estamos todos praticando a “desaprendizagem” quando se trata de repensar a comunicação corporativa e a conversa no workplace. Ninguém está isento dessa desaprendizagem, inclusive as empresas de tecnologia.
A área de Tecnologia da Informação da Universidade de Washington levou a sério a tarefa de revisar a linguagem e os termos da tecnologia e criou o primeiro Guia de Linguagem Inclusiva para software e outras áreas de conteúdo ligadas à tecnologia da informação. O guia é uma criação coletiva e teve participação também de outras universidades e de representantes de empresas do setor.
O resultado é uma lista inicial com 85 palavras e expressões em uso na TI classificadas como racistas, ageístas, sexistas, homofóbicas e discriminatórias contra pessoas com deficiência, entre outros itens. O trabalho dos pesquisadores foi de classificar as palavras, idenficar potenciais substitutas e explicar porque elas carregam algum tipo de preconceito, inclusive localizando a origem histórica do termo. E como TI é uma linguagem universal, muitas delas fazem parte do nosso repertório também. Portanto, veja alguns exemplos:
A lista segue abordando vários termos, como cakewalk, por exemplo, que têm origem no passado escravagista dos Estados Unidos, ou jerry-rigged, associado de forma pejorativa aos alemães durante as grandes guerras mundiais, ou red team, que remete à Rússia no período da Guerra Fria, e que deveriam ser eliminados. Veja alguns exemplos que podem não ter entrado no seu radar:
Parece exagero? Não necessariamente. O escritor John Koenig, autor do livro “The Dictionary of Obscure Sorrows“, diz em entrevista à McKinsey que o mundo ainda precisa que inventemos muitas palavras (coisa que ele faz no livro), pois em um mundo de mudança contínua não temos um estoque preciso de “palavras reais” que possam expressar novos sentimentos, novos movimentos culturais e novos valores.
“A palavra robô não existia até que alguém a inventasse. Assim como a palavra nerd foi criada pelo Dr. Seuss porque ele precisava de uma rima”, brinca Koening. “Agora é hora de definir o mundo como o vemos, e ele está muito mais complexo, multifacetado e delicado”.
Links úteis
Carolina Ignarra, sócia fundadora da Talento Incluir e formada em Educação Física, trabalha para apoiar a inclusão de pessoas com deficiência como profissionais e também como consumidores, em mais de 300 empresas.
Erin Meyer, coautora do livro "A regra é não ter regras", sobre a cultura da Netflix, conta como ter empresas inovadoras, flexíveis, inclusivas e diversas, jogando fora o livro de regras. Você consegue?
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