A visão de que o esforço e o talento são os principais fatores determinantes do sucesso profissional ainda é forte em muitas empresas, principalmente no ambiente das startups. Mas está longe de ser unânime. “Não importa o quanto você trabalhou ou o quão bem você fez seu trabalho – se a empresa não atingir suas projeções, você pode perder seu emprego, não importa quão bom você seja e quanto você tenha se esforçado”, diz Simon Sinek nesta conversa em evento da empresa de coaching EZRA.
“Se uma empresa não atinge suas projeções financeiras, pessoas são demitidas, independentemente de seu desempenho”, e completa: “Isso não é meritocracia”.
Simon Sinek argumenta que o antigo pacto entre empregador e empregado, em que a lealdade e o trabalho duro eram recompensados com estabilidade e crescimento profissional, foi rompido. Nas últimas décadas, diz, houve uma mudança radical na forma como as organizações tratam seus funcionários, com demissões em massa que não consideram a performance do colaborador e são guiadas por salário, departamento ou aleatórias.
Segundo o autor de “Comece pelo Porquê”, o foco excessivo no curto prazo e a normalização de práticas como demissões em massa enfraquecem a relação entre esforço individual e reconhecimento profissional. Para Sinek, a ideia de que os melhores são automaticamente recompensados esbarra na realidade das empresas, onde fatores econômicos e decisões muitas vezes se sobrepõem ao desempenho dos indivíduos.
Simon Sinek acredita que a solução passa pela reconstrução da confiança entre organizações e funcionários. Ele argumenta que as empresas devem investir no desenvolvimento humano, criando ambientes onde os profissionais sintam que seu crescimento é valorizado e que suas contribuições fazem diferença. “Se queremos que os funcionários acreditem no sistema, precisamos mudar as regras do jogo”, defende.
O conceito de meritocracia também tem sido alvo de análises acadêmicas e institucionais. Um estudo publicado pela New Scientist em janeiro argumenta que, para que uma verdadeira meritocracia exista, barreiras estruturais precisam ser removidas. A pesquisa mostra que medidas como a remoção de nomes em processos seletivos ajudam a minimizar o viés inconsciente e a criar condições mais equitativas para todos os candidatos.
O debate sobre meritocracia e inclusão não é simples, mas as pesquisas indicam que o futuro do trabalho dependerá cada vez mais da capacidade das empresas de equilibrar desempenho, diversidade e bem-estar dos colaboradores. A questão que permanece é: estamos prontos para reimaginar o que significa sucesso no mundo corporativo?
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