Katherine Berry, executiva de vendas de uma empresa em São Francisco, resumiu sua vida para o documentário “O futuro do trabalho”, filmado pela TV pública norte-americana PBS: “a tônica do ano de 2021 era dormir 7h ou 8h por noite e acordar como se tivesse sido atropelada por um ônibus”. Nesse período, ela começou a executar o dobro do trabalho, “em horas insanas” e sua saúde mental estava “desmoronando”. Antes, ela acordava às 5h45, pegava um trem às 6h16, às 7h se exercitava e às 8h começava a trabalhar. “Difícil acreditar que era o mesmo ser humano. Quem era ela?”, ironiza, no filme. Por esses e outros sintomas, resolveu procurar um psiquiatra. A que trauma Katherine foi submetida além do isolamento pandêmico de praxe? À rotina do trabalho remoto.
Falta de horário fixo, extensão do horário contratado, dispersão, procrastinação, excesso de trabalho, redução da mobilidade e da prática de exercícios físicos, mobiliário inadequado, ausência de ergonomia (o que compromete a postura e, consequentemente, a produtividade), isolamento social, solidão, redução do engajamento no trabalho, ansiedade, privação do sono, depressão e superalimentação. A lista de sequelas pode se alongar, de acordo com as características psicológicas de cada profissional. E certamente não constava das previsões dos analistas que afirmaram que o trabalho remoto seria o legado definitivo do planeta pós-Covid.
Os prognósticos apontavam ainda que, de um contingente de 5% contabilizado antes da pandemia, cerca de 40% da força de trabalho global migraria para o ambiente doméstico, segundo a pesquisa “Adapting to the Reimagined Workplace: Human Capital Responses to the COVID-19 Pandemic”, realizada pela Conference Board com 330 executivos. Mas o ano era 2020. Os consultores com corações cheios de esperança ainda achavam que a produtividade não seria prejudicada pela mudança para o trabalho remoto. Hoje, essa certeza já não é tão forte.
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