Quando Priscilla Cortezze assumiu a recém-criada Diretoria de Sustentabilidade da Volkswagen no início de setembro, integrada à Diretoria de Assuntos Corporativos e Relações com a Imprensa, a montadora sinalizou que o movimento tinha o objetivo de unificar a visão da Volkswagen nos temas relacionadas à sustentabilidade e fortalecer sua agenda ESG (governança ambiental, social e corporativa). Além de aprofundar o relacionamento com os principais stakeholders, a nova área acompanharia de perto a criação do Centro de P&D de Biocombustíveis no Brasil.
“O tema do environmental e todas as questões ambientais existe há muito dentro da Volkswagen”, diz Priscilla. “O que estava nos fazendo falta era uma visão integrada de tudo o que estava acontecendo”. E nesse “tudo” entram programas orientados para ESG, com metas “bem agressivas” dentro do guarda-chuva maior da companhia, que é o Way to Zero – que a montadora define como um road map para a mobilidade neutra. A iniciativa precede os esforços de outras montadoras durante a COP26, quando foram assinados compromissos para uma mobilidade mais limpa e uma produção menos poluente (a Volkswagen não foi um dos signatários).
A meta global da Volkswagen é neutralizar as emissões do processo de produção, passando por fábricas, pelo próprio produto e chegando aos fornecedores e à rede de concessionárias. Sempre trabalhando muito de perto com as equipes de inovação, parceiros internos e externos, desde a academia até o governo.
“O biocombustível pode e deve ocupar no Brasil um lugar bastante privilegiado na matriz de combustível dos automóveis. Em termos de futuro, eu acho que os elétricos vão crescer e ocupar uma parcela, principalmente no segmento de carros premium, mais sofisticados, mas os carros com motor híbrido, o flex, poderá ser movido a etanol e elétrico, uma solução bastante interessante do ponto de vistas das emissões”, defende Priscilla.
É nesse cenário que o centro de pesquisa e desenvolvimento terá um papel central nos planos da montadora no sentido de liderar a criação de tecnologias ligadas ao etanol e motores flex para aplicação principalmente em países emergentes, segundo a Volkswagen. “Existe uma visão muito concreta e sólida no Brasil do papel dos biocombustíveis na redução de emissões. Temos feito um trabalho muito forte em conscientizar o nosso cliente de que o etanol é uma solução alternativa e complementar ao uso do automóvel elétrico e que já está aqui”, complementa.
Formada em Jornalismo pela Cásper Líbero e tendo passado por empresas como Microsoft e Citi, Priscilla comenta que duas vezes por semana trabalha na fábrica em São Bernardo do Campo, dentro do modelo híbrido adotado pela empresa. É uma forma de se manter próxima do chão de fábrica e ouvir ideias de quem, no dia a dia, põe a mão na massa. “Ainda não dá para fazer o carro todo virtualmente”, diz rindo, “e eu acho muito legal quando estamos todos na fábrica, acompanhando como as coisas são feitas”.
Nesta conversa exclusiva com The Shift, Priscilla Cortezze fala sobre os planos da Volkswagen do Brasil para reduzir emissões (descarbonização), mas também sobre os outros dois pilares que traduzem o norte da montadora: diversidade e digitalização. Seja empregando tecnologias como Realidade Aumentada ao processo de montagem, procurando atrair diferentes e diversos talentos ou trabalhando para atingir a neutralidade em 2050, a Volkswagen avança em sua agenda.
“Enxergo a disrupção do setor automotivo sob três pilares principais: digitalização, descarbonização e diversidade. A presença forte da digitalização desde a criação de um protótipo virtual de um novo modelo até um processo de produção e venda. A descarbonização, no sentido da importância em assumir o papel da neutralidade das emissões de carbono na estratégia da empresa e a diversidade, para promover mais igualdade, criatividade e agregar valor ao negócio.
Aqui na Volkswagen temos uma estrutura bottom-up, tendo a mobilidade no centro da discussão – e toda a questão da descarbonização.
Quando eu falo de baixo para cima, eu quero dizer que nós temos uma área muito robusta de operações voltada para a área de sustentabilidade. Temos um time grande que cuida somente da produção, olhando para nossas fábricas e todos os aspectos do impacto ambiental e social que essa produção possa ter, mas principalmente o impacto ambiental.
Estamos falando de consumo de água, consumo de energia, resíduos e, mais recentemente, com ainda mais força, emissões de CO2. Então, o que nós temos que fazer, como nós vamos fazer, de que maneira investir, quando investir e quais são as alternativas. Inclusive, nós temos um programa só nas fábricas chamado “Go to Zero”, que está embaixo do “Way to Zero”, um programa global da marca Volkswagen cujo objetivo maior é tornar as emissões neutras até 2050.
Nós temos um compromisso muito grande do uso do carro, que é o produto que vem das nossas fábricas. A maior parte das nossas emissões está no uso do automóvel, não está na fabricação dele: é o tempo que você anda com o carro. Por isso, nós temos um programa de mobilidade sustentável muito forte. Temos a engenharia trabalhando para diminuir as emissões do automóvel.
Nossa visão é muito clara sobre o avanço da eletrificação na Europa, nos Estados Unidos e na China, países que vão eletrificar suas frotas mais rapidamente. A Europa, principalmente, onde a meta é ter 70% da venda de [novos] carros em modelos elétricos ou eletrificados até 2030.
Nós sabemos que essa solução não é aplicável a todos os países do mundo [em que a Volkswagen tem presença] da mesma maneira e ao mesmo tempo. Existe uma visão muito concreta e sólida no Brasil do papel dos biocombustíveis na redução de emissões.
Temos feito um trabalho muito forte em conscientizar o nosso cliente de que o etanol é uma solução alternativa e complementar ao uso do automóvel elétrico e que já está aqui. O etanol emite muito menos [dióxido de carbono] do que a gasolina e é uma solução que tem aspectos econômicos, sociais e, obviamente, impacto no meio ambiente para o país – e nós achamos que é uma solução excelente que, inclusive, pode ser exportada.
Essa estratégia já está no negócio. O que estava nos fazendo falta era uma visão integrada de tudo o que estava acontecendo, porque cada área toca seus programas e as coisas vão caminhando. Com o crescimento da importância do ESG e com esse programa bastante agressivo de metas “Way to Zero”, de neutralizar as emissões até 2050 – passando pelas fábricas, pelo automóvel que também deve chegar aos nossos fornecedores, à nossa rede de concessionárias –, sentimos a necessidade de ter uma visão mais unificada.
E em que áreas essa criação da diretoria tem apoiado muito: na formação de parcerias e de um olhar para novos negócios que possam ajudar essas áreas a acelerar ainda mais o nosso processo de descarbonização.
O tema “environmental” e toda a questão do meio ambiente existe há muito tempo na Volkswagen. Temos todas as certificações de meio ambiente mais avançadas, mas é diferente quando você coloca medidas de carbono na mesa. Quando você vai decidir um negócio, já pensa nisso e se questiona: investimos ou não investimos? Qual é a emissão que traz? Se eu não investir, como vou neutralizar o carbono? Ou vou comprar crédito? Quanto vai me custar para neutralizar? É possível? Essa não é uma conta que estava na mesa há alguns anos atrás.
Hoje, as emissões entraram na conta.
Claro que para o nosso setor, o setor automotivo, sempre tivemos regras de emissões dos automóveis e a engenharia sempre trabalhou bastante para nós irmos reduzindo gradativamente. A nova regra, o PL7 de emissões de automóveis, significa investimento, custo, engenharia, inovação para adequar os carros aos padrões de emissões. Todo projeto que vamos fazer, nós olhamos qual é a emissão de CO2 e o que isso vai trazer de positivo no nosso programa de neutralização.
A aproximação com universidades é uma coisa bastante importante. Nó assinamos um acordo de apoio à pesquisa com a Unicamp na área de biocombustíveis, que foi algo bastante novo para a companhia. Isso vai de encontro ao pensamento de que para promover a descarbonização em larga escala, precisamos de um trabalho conjunto de vários stakeholders. Nós precisamos evoluir no desenvolvimento do etanol, ter novas possibilidades.
A Unicamp tem feito pesquisas de vanguarda, de longo prazo, que podem transformar o etanol num combustível para abastecer um carro elétrico no futuro. Ao invés de você ligar o carro na tomada para carregar, você tem uma célula de etanol que transforma o etanol líquido em hidrogênio – e esse hidrogênio vai abastecer uma bateria do carro.
Nós não temos essa tecnologia dentro de casa hoje, então precisamos da universidade para isso. Esse foi um primeiro acordo, acho que mais virão para desenvolver tecnologias para descarbonização.
Nós também estamos começando a olhar essa plataforma de green startups. Estamos fazendo a lição de casa aqui para entender quais são os problemas nossos para os quais ainda não encontramos soluções e iniciamos um estudo para entender como as startups podem ajudar em termos de descarbonização, principalmente na produção.
E acabamos de anunciar uma parceria com a Shell e a Raízen para acelerar a descarbonização. A Raízen é a maior produtora de etanol do país e vem trabalhando em novas fórmulas de biocombustível. Esse trabalho inclui comunicar melhor e divulgar para o cliente os benefícios do etanol. A Raízen também vai nos fornecer biogás, que vem do resíduo de produção do etanol, para nossas fábricas – daí você começa a ver também o sistema de economia circular. Tem o etanol abastecendo os carros e os resíduos do etanol se transformando em biogás ou em gás natural renovável para abastecer nossas fábricas. O biogás emite 80% menos do que o gás natural fóssil que nós usamos nas fábricas. Chegando à nossa rede de concessionárias, vamos fazer uma migração para energia renovável.
Há algumas semanas anunciamos que o nosso fundo de pensão, a Volkswagen Previdência Privada, fez uma aplicação no fundo de ESG da XP Investimentos. Tem uma aproximação da nossa companhia com o mercado financeiro e acho que mais projetos nessa área virão para dessa preocupação com a ESG buscando, obviamente, rentabilidade, mas também tendo essa visão 360 em todas as áreas do negócio em que podemos contribuir para o avanço da melhoria das mudanças climáticas.
O tema da descarbonização também depende do ambiente regulatório. No nosso setor, há algumas legislações que dizem respeito, por exemplo, à emissão dos automóveis que são diferentes no sentido de que estão em áreas diferentes do governo. Deveria haver uma harmonização da regulação, que seria também algo favorável para outras áreas. Então, essa é uma frente na qual temos trabalhado bastante, hoje ainda mais intensamente do que tínhamos no passado.
Olhando um pouco o macro tem uma discussão importante que é medir as emissões no ciclo de vida completo do automóvel, que vai desde o poço à roda, desde a produção do combustível, de onde vem a energia, até quando o automóvel já está rodando. Hoje os programas de emissões medem só o escapamento, então nessa comparação, se você tem um carro elétrico, a emissão dele será zero. Mas se a energia com a qual ele foi abastecido tiver vindo de uma usina de carvão, que é uma energia não renovável, ele não é zero. E hoje no Brasil se mede somente o escapamento.
No caso do etanol, se você medir toda a cadeia produtiva, o plantio da cana-de-açúcar, a colheita, a neutralização, todo o ciclo e comparar com um carro elétrico na Europa, em que nem todos os países têm uma matriz renovável como a nossa, o etanol até leva uma certa vantagem em emissões de carbono. A Europa não tem uma cadeia de biocombustível como a nossa, então lá a grande discussão é a energia. A indústria caminhou para o carro elétrico, a mesma coisa acontece na China.
Tem uma virada de chave muito forte para a eletrificação. A eletrificação caminha mais rapidamente na Europa e deve se expandir nos Estados Unidos. Todas as marcas do grupo Volkswagen têm liderança na venda de carros elétricos no mundo, principalmente nas regiões e nos países em que isso faz sentido – mas essa velocidade da eletrificação talvez não faça sentido em todas as regiões do mundo.
Quanto mais carro elétrico, mais você tem um problema de matriz de energia sustentável.
Os países estão trabalhando para fazer essa transição. No Brasil, você tem energia renovável, uma matriz mais limpa. Por outro lado, somos um país de dimensões continentais em que o automóvel elétrico tem um custo ainda bastante alto. Então, o que nós acreditamos aqui é que o etanol tem um impacto econômico e social enorme.
O Brasil tem a tecnologia do motor flex, uma tecnologia que foi pioneira no país. Estamos vendo oportunidades fora do país. A Índia, por exemplo, está aumentando a mistura do etanol na gasolina lançando um programa de etanol e possivelmente vai precisar de motores flex. Eles estão introduzindo etanol como o Brasil fez aqui na década de 1970. Mesmo na Europa, também há países aumentando a mistura de biocombustíveis na gasolina.
O biocombustível pode e deve ocupar no Brasil um lugar bastante privilegiado na matriz de combustível dos automóveis.
Em termos de futuro, eu acho que os elétricos vão crescer e ocupar uma parcela, principalmente no segmento de carros premium, mais sofisticados, mas os carros com motor híbrido, o flex, poderá ser movido a etanol e elétrico, uma solução bastante interessante do ponto de vistas das emissões.
Não há dúvida de que o automóvel vai continuar ocupando um papel central na mobilidade individual. A própria pandemia trouxe isso: a segurança de você ter seu próprio automóvel. Mas nós enxergamos outros modelos contemporâneos de consumir automóvel. Fomos pioneiros em lançar um programa de assinatura de automóveis, em que o cliente não compra o carro, ele escolhe o modelo e assina por 12 meses, 24 meses um serviço em que ele usa o carro. E depois desse prazo decide se pega outro carro ou se mantém, dentro do orçamento e das demandas do cliente. Ele não paga manutenção, IPVA, revisão, faz tudo pela internet e ainda tem essa comodidade. Essa já é uma tendência que vem ganhando força, a maneira de consumir o automóvel, não como propriedade, mas como uso.
O automóvel não vai desaparecer, ele vai ter toda essa preocupação com as emissões, ou seja, ele vai ser neutro em emissões. E ele vai ser também muito mais seguro.
No futuro teremos tecnologias para o veículo autônomo e que também estão chegando aí. Até 2030, a Volkswagen deve ter modelos comerciais de veículos autônomos à venda no mundo, com níveis de automação diferentes.
Imagine ter um carro que você não precisa dirigir, basta entrar no carro e ele dirige para você. Vira uma sala de estar, você pode fazer o que quiser. O carro vai ser conectado, vocie vai poder fazer upgrades no seu automóvel, com aplicativos que você baixa no seu sistema de entretenimento para ouvir música, escutar um livro, reservar restaurante, pedir comida, mapas, enfim, o que quiser.
Nós acreditamos numa mobilidade sustentável, com o automóvel ocupando um papel ainda bastante protagonista nas cidades, mas obviamente como transporte mais limpo, mais seguro e muito mais conectado.
O meu time, na verdade, é pequeno. O foco é entender aonde nós temos as frentes de trabalho, o que está faltando, aonde tem caminhos que ainda não percorremos ou um problema que, enfim, nós talvez não estejamos enxergando ainda. Um dos nossos principais parceiros nisso é nossa área de inovação. Juntamente com a área de inovação e, principalmente, inovação externa, que trabalha com as startups e com a inovação que está fora da Volkswagen, podemos trazer soluções, inovação aberta e novos modelos de negócios.
Não há investimento para fazer tudo. Em geral, nós fazemos uma avaliação de business case, qual é o investimento, qual é o retorno, a dificuldade de implementação, o quanto ele vai trazer de resultados e também de emissões e aí tomamos uma decisão.
Uma das prioridades da companhia é nosso programa de pesquisa e desenvolvimento na área de biocombustíveis, então todo e qualquer programa que ajude, incentive, avance com o uso de etanol e que possa trazer novas tecnologias para o etanol tem prioridade. Esse é um programa que tem o Brasil como centro de tecnologias de biocombustíveis para o grupo Volkswagen, para o mundo. É um programa essencial para que nós consigamos ter uma posição de curto prazo, médio prazo e longo prazo.
Tem muita inovação que vem das próprias fábricas, soluções que são fáceis de implementar e que nós adotamos.
Para os programas maiores, nós temos um sistema de aprovação mais complexo. Essa é a cultura que nós já vínhamos implementando há alguns anos de digitalização e que se aplica a todos os projetos.
Se entrar em uma fábrica nossa, você vai ver um monte de pequenos e médios projetos que foram criados pelas áreas, com autonomia total e que hoje melhoram a qualidade do nosso produto, diminuindo o tempo de produção do automóvel, melhorando a satisfação do cliente, tirando a complexidade de uma etapa mais complexa de execução.
Nós temos programas, por exemplo, que usam Realidade Aumentada para olhar a partir da posição do operador para trabalhar com as máquinas. Antes de lançar um carro nós já testamos como vai ser a montagem por Realidade Aumentada e já faz as adequações de posições para garantir o encaixe de um parafuso. No passado, você ia descobrir na linha de montagem que tinha um problema, hoje você consegue antecipar e ganhar em produtividade, segurança no trabalho.
O sistema é muito legal porque os próprios funcionários testam e o sistema já diz: ‘Aqui vai dar vermelho’, aí eles tentam encaixar de outra forma. Isso está sendo aplicado para todos os carros, então é algo que traz uma vantagem.
O Nivus, que é o primeiro carro da Volkswagen desenvolvido totalmente no Brasil e que depois passou a ser produzido também na Europa, é também o primeiro carro nosso desenvolvido 100% digital.
A nossa equipe de engenharia de protótipo virtual trocou pilhas de papel por um sistema integrado digital e que foi desenvolvido na própria área.
Isso economizou quase 8 meses de desenvolvimento, o que no nosso ciclo é muito tempo. O Nivus trouxe junto a tecnologia VW Play, sistema que conecta com a internet e com seu celular, que é exportado para 70 países.
Como uma empresa da indústria automobilística, é um grande desafio trazer diversidade. Na indústria automotiva, a maioria dos funcionários no chão de fábrica são homens, para citar um dos aspectos da diversidade. Nós temos trabalhado já há bastante tempo com essa agenda da diversidade para conscientizar o nosso time internamente da importância da inclusão. Em paralelo, trabalhamos a atração de talentos, principalmente mulheres, mas não só isso, LGBTQIA+, raças e etnias diferentes. Em carreiras gerenciais, crescemos bastante na proporção de mulheres nos últimos anos, mas ainda tem muito chão pela frente.
É uma dificuldade grande atrair mulheres para a produção. Áreas de formação como engenharia, engenharia mecatrônica, engenharia mecânica, ainda atraem menos mulheres na base. Temos feito um trabalho muito forte nos nossos programas de recrutamento de base como programa de estagiário, programa de trainee, com essa preocupação em atrair gêneros e diferentes perfis – e isso está trazendo resultados.
Nós tivemos esse ano, pela primeira vez, programa de trainee formado por uma maioria de mulheres, o que foi uma coisa interessante. Conversando com as novas trainees, a nossa conclusão foi que o trabalho de tentar transformar a marca numa marca mais humana, mais próxima, mais digital, realmente tem atraído mais mulheres.
As mulheres têm menos receio de aplicar para uma vaga na Volkswagen hoje do que tinham há algum tempo atrás. ‘Vou ter espaço para crescer? Vou ser respeitada? Minha opinião de engenheira vai ser ouvida?’, tudo isso devia passar na cabeça antes, até porque carro foi sempre assunto de menino.
Hoje, as minhas amigas me ligam para perguntar: ‘Que carro eu compro? O que você sugere?’. Porque a decisão de compra está conosco. ‘O carro é rápido, não é rápido, anda bem, não anda’. Não é só mais se o porta-malas é grande ou se o carro é bonito.
Nosso esforço em abrir a companhia, em estar mais próximo do mercado, em trabalhar o tema da inclusão dentro da empresa, nossa rede de concessionárias, com fornecedores, multitreinamentos, enfim, e trazer isso para dentro da cultura, você vê que começa a surtir efeito. Você abre vaga e tem mulheres se inscrevendo, dá para visualizar um movimento, ainda que pequeno.
Estamos conseguindo atrair, por exemplo, mais jovens mulheres para o nosso programa de entrada, elas estão enxergando de valor na companhia.
Hoje, tanto homens quanto mulheres compram nossos carros, temos uma pluralidade de clientes.
Em todas as companhias, inclusão, aceitação, diversidade são temas importantes. Aqui são pontos muito fortes. Estamos atraindo talentos, trabalhando para que essas pessoas possam ser felizes, se desenvolver e que não sofram nenhum tipo de barreira ou preconceito por conta de qualquer questão de gênero, de raça, de religião, qualquer que seja a questão.
Inclusive, trabalhamos a inclusão sênior também. Nós temos uma equipe bastante madura e experiente na fábrica. Como é que nós vamos fazer a transição dos postos de trabalho, preparar esse pessoal para os empregos do futuro, tudo isso está na nossa agenda social – muito conduzida pelo RH, que faz um trabalho excepcional, mas que tem na sustentabilidade também um apoio para nós incentivarmos e para nós criarmos novos programas juntos.
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