O maior legado da pandemia de Covid-19 é o trabalho remoto. Antes da pandemia, cerca de 5% dos trabalhadores em escritórios cumpria suas tarefas de casa. É provável que, dentro do “novo normal”, esse número esteja entre 20 e 30%, de acordo com análise da Forbes. A variação é resultado das diferentes ocupações e setores. Com isso, um dos efeitos que vem sendo discutido é que a localização do trabalho deixará de ser importante.
O trabalho remoto não parece afetar a produtividade, e já começa a se configurar um consenso de que um ano após a chegada do coronavírus – o primeiro caso de infecção foi registrado em 17 de novembro, segundo o South China Morning Post – será muito difícil reverter essa situação, conforme pesquisa do Conference Board of Human Resources. A tendência cresce para 40% ou mais, conforme a companhia tem sua força de trabalho mais ou menos estruturada em escritórios. Algumas análises chegam a falar em trabalho remoto para sempre.
As contratações que acontecem já para esse modelo são ocupações relacionadas à computação, tecnologia de modo geral, finanças e gerenciamento de teletrabalho.
Na outra ponta, um ano de pandemia afetou muito a saúde mental dos trabalhadores. Enquanto 96% das empresas fizeram mudanças em nível global em suas políticas de Recursos Humanos e aumentaram os recursos para os funcionários, apenas um em cada 6 funcionários relatou se sentir apoiado pela companhia, segundo relatório da McKinsey. E pelo menos 62% dos funcionários disseram que “consideram os problemas de saúde mental um grande desafio”.
O reforço na preocupação das empresas com a saúde mental diz respeito à segunda onda de Covid-19, que agora afeta uma série de países no Hemisfério Norte. Com a chegada do inverno, dias mais curtos e a possibilidade de passar o Natal e Ano Novo ainda em quarentena, há um temor de que isso possa colocar muitas pessoas em situações de risco.
Como outras pesquisas já haviam indicado, as mulheres são as mais afetadas: 67% afirmaram que a saúde mental era o maior desafio relacionado ao coronavírus. Mães com crianças pequenas tiveram de reduzir sua carga horária em uma taxa até cinco vezes maior do que pais para dar conta de cuidar dos filhos, homeschooling e responsabilidades da casa. As mães também tem uma probabilidade 1,5 maior do que os pais de gastar três a quatro horas a mais do dia para realizar essas tarefas, o equivalente a 20 horas por semana. Na Índia, as mulheres reportaram um aumento de 30% nas responsabilidades da casa.
O relatório apontou que os trabalhadores de origens que não são a maioria em seus países e aqueles pertencentes a países de economias emergentes relataram ter enfrentado os maiores desafios da pandemia. Outros desafios comuns expressos pelos trabalhadores incluíram o sentimento de desconexão, a falta de oportunidade de crescimento e coordenação de cuidados infantis.
As mulheres estão altamente concentradas em setores que deverão sofrer altas taxas de desemprego este ano, como hotelaria, serviços de alimentação e varejo. Em setembro, apenas 53% da população negra adulta dos EUA estava empregada, em comparação com 57% da população branca correspondente. Olhando por outro ângulo, 39% dos empregos mantidos por trabalhadores negros estão em uma posição de vulnerabilidade como resultado da Covid-19, comparados a 34% de trabalhadores brancos.
Trabalhos vulneráveis estão sujeitos a licenças, dispensas ou tornam-se improdutivos (por exemplo, trabalhadores mantidos na folha de pagamento, mas não trabalhando) durante períodos de alto distanciamento físico. Da mesma forma, 65% dos hispânicos e latinos dos EUA trabalham nos cinco setores que estão sofrendo as maiores quedas no PIB durante a pandemia, incluindo lazer, hotelaria e comércio varejista.
A pesquisa ouviu 1.100 executivos e 2.656 funcionários em 11 países para entender como a pandemia está afetando os trabalhadores.
Em termos globais, o relatório mostra que as maiores preocupações são com a saúde mental e física. Entretanto, alguns grupos específicos e países foram afetados de forma desproporcional, de acordo com o report. “Na Índia, Brasil e China, 75% a 90% dos entrevistados citam a saúde e segurança no trabalho e saúde mental como desafios no contato da Covid-19, em comparação com 50% a 60% daqueles nos Estados Unidos, Reino Unido e França”, comentou Kweilin Ellingrud, principal autora do relatório da McKinsey.
O risco enfrentado neste momento é que haja um grande retrocesso nos esforços de diversidade, equidade e inclusão corporativa.
O relatório da McKinsey dá conselhos úteis sobre como os empregadores podem executar esses esforços.
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