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SXSW 2023: Amy Webb pede foco para encarar o futuro

A futurista Amy Webb faz apresentação das principais tendências de futuro e possíveis cenários de 2023. “É o fim da internet como a conhecemos”, declara, sinalizando que o caldo está engrossando muito.

Por Redação The Shift 26/03/2023

amy webb na sxsw 2023Foco, muito foco, pede a futurista Amy Webb no palco da SXSW 2023. E as pessoas, que passaram mais de uma hora na fila para poder ouvir a apresentação das principais tendências de futuro de 2023, curadas por Amy e o Future Today Institute, até prendem a respiração: “É o fim da internet como a conhecemos”, declara, sinalizando que o caldo está engrossando muito.

Talvez seja essa a primeira vez que as pessoas tenham de fato percebido a gravidade e importância do modelo de três cenários — otimista, neutro e pessimista — adotado por Amy Webb para as centenas de tendências de futuro mapeadas. No relatório deste ano, que você já pode baixar, são 666.

Como futurista, Amy Webb não tem bola de cristal. Tem muitos dados, monitorados de todo tipo de fonte possível, e uma habilidade incrível de ligar os pontos e descobrir que contextos de futuro podem se formar. Os cenários são um alerta para adotar tecnologia com responsabilidade e não perder o controle ou, pior, ceder o controle para quem não devemos.

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Sua apresentação cobriu 35 das 666 tendências, agrupadas em duas grandes convergências:

Web3 + Cloud + Inteligência Artificial (IA)

Que nos levará à próxima fase, a da Internet na qual todos os tipos de dados fluirão para os sistemas de IA por meio de qualquer fonte ou situação, em um fenômeno que Amy chama de AIsmosis, um amálgama de IA e osmose.

  • “Tudo será informação”, diz ela. E, em vez de fazermos buscas na Internet, a Internet nos buscará. Entre outras coisas, para alimentar os modelos Transformers — rede neural que aprende o contexto em dados sequenciais, mudando fundamentalmente nossa relação com as informações, segundo ela.
  • Mais tipos de dados serão criados.Como exemplo ela cita o desenvolvimento das “impressões olfativas”, pelo Google. Na prática, um modelo de dados de sensor que pode prever a composição de uma molécula. Um de seus primeiros projetos é descobrir quais moléculas os mosquitos odeiam para poderem gerar um cheiro para repeli-los.
  • Todos esses avanços da IA exigirão tanta capacidade de computação e armazenamento que apenas a nuvem poderá suportar seu crescimento. Até 2030, a IA deverá ser 1000x mais poderosa do que hoje – por isso precisará de muitos recursos de nuvem.
  • Amy Webb desenhou dois cenários possíveis para o ano de 2033.O otimista tem a IA centrada nas pessoas, e o gerenciamento de dados centrado no bem comum, em uma configuração transparente e descentralizada na Web3. O compartilhamento de dados é opcional, e essa nova infraestrutura funciona para o usuário, fornecendo benefícios tangíveis.
  • No catastrófico, nossas pegadas digitais são constantemente inseridas em modelos, levando a curadorias e recomendações agressivas, alheias à escolha do usuário. Acabaremos cercados de informações, mas não conseguiremos as coisas reais desejadas. Chances deste último cenário acontecer, segundo ela? 80%!

IA + metaverso + bioengenharia + assistência médica, com foco na computação assistiva do futuro.

A IA Generativa e o Metaverso Industrial (como os Gêmeos Digitais) atuarão como ferramentas invisíveis e onipresentes, levando a grandes melhorias não apenas na medicina, mas em quase todas as profissões. Nunca mais pensaremos por conta própria, avisa a futurista.

  • O que não é necessariamente algo ruim, na visão dela. “As ferramentas assistivas já estão por toda parte. Por exemplo, pense no papel e no que conseguimos fazer com ele. Antes do papel, era muito difícil registrar informações. Pense no valor que o papel criou. Ele permitiu que as ideias se espalhassem”, disse ela. “As calculadoras facilitavam os cálculos matemáticos. Mas nós nem pensamos mais nelas como ferramentas”, completou.
  • Da mesma forma, Amy vê a IA Generativa oferecendo muitas ferramentas úteis para a humanidade. Uma empresa chamada Absci usa IA generativa para criar anticorpos do zero. Os anticorpos “fazem parte do nosso sistema imunológico e podem ser biologicamente programados para se ligar a tecidos específicos para fazer coisas como combater o câncer”,  explica. A startup está testando três milhões de designs exclusivos gerados por IA toda semana.
  • O cenário otimista para 2038? Investirmos em educação e qualificação e essas novas ferramentas transformarem positivamente a força de trabalho. O catastrófico: ferramentas assistivas se tornarem meras maneiras de aumentar a receita, ampliando o fosso digital, com a IA causando danos reais devido aos vieses inerentes aos modelos. Chances desses cenários acontecerem? 50:50.

Diante dessas previsões, e da onipresença da IA, um ponto é certo: todos precisaremos de requalificação. “Conseguir usar a nova internet e as tecnologias de computação assistiva será como nascer rico”, diz Amy Webb.

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