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SXSW 2023: IA e RX, a simbiose que impulsionará o metaverso

Segundo Ian Beacraft, CEO e Chief Futurist da Signal e da Cipher, transitar entre mundos físicos e virtuais levará a interações nas quais não poderemos dizer a diferença entre humanos e IA

Por Cristina De Luca 26/03/2023

Ian Beacraft, CEO e Chief Futurist da Signal e da Cipher

Uma nova classe de criadores generalistas dominará a era da IA generativa. Uma vez que o conhecimento e a experiência não são mais necessários para atuar com proficiência em novos campos, aqueles com ampla experiência e curiosidade apaixonada chegarão ao topo, opina Ian Beacraft, CEO e Chief Futurist da Signal e da Cipher.

Mais. Transitar entre diferentes mundos (físicos e virtuais) e ter relações profundas com seres de IA será algo que acontecerá naturalmente.

Teremos algum tipo de relacionamento a partir da interseção dessas tecnologias, segundo ele, o que acabará levando a “interações nas quais não poderemos dizer a diferença entre um humano e uma IA. Precisamos entender como vamos nos relacionar com os seres digitais e o que eles podem fazer em nosso benefício”, afirmou.

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Relações (inclusive românticas) com avatares de IA poderão ser lugar-comum e não causar nenhum estranhamento para as novas gerações, que crescem ouvindo vozes sintéticas e interagindo com seres digitais, de diversas maneiras.  Os primeiros indícios desse futuro já estão aparecendo. Para exemplificar, Beacraft apresentou o vídeo de uma entrevista de Keanu Reeves, no qual ele conta uma história pessoal sobre explicar Matrix para um garoto de 13 anos que nunca viu o filme.

“Há um cara que está em uma espécie de mundo virtual, e ele descobre que existe um mundo real. Ele está questionando o que é real e o que não é real, e quer saber realmente o que é real”, diz Reeves no vídeo. O garoto de 13 anos responde perguntando “Por quê?” “E eu fiquei tipo, ‘…o que você quer dizer?’”, lembra Reeves. “Ele estava tipo, ‘quem se importa se é real?’ E eu fiquei tipo, ‘você não se importa se é real?’ E ele disse, ‘Não.’!”

Ao final do vídeo, Beacraft enfatizou: “Estamos em um ponto em que temos que entender quantos amigos [da geração Alpha] são reais e quantos são sintéticos. E, francamente, pode não importar.”

Breacraft também acredita que o metaverso será muito diferente de um ambiente virtual acessado via headsets. Ele vê o metaverso de maneira muito mais orgânica, integrado à realidade física por meio de tecnologias de realidade aumentada. “É muito mais sobre conexão e sobre criar um espaço de comunidade. E Inteligência Artificial será fundamental nesse sentido.” O metaverso precisará da IA para projetar esse espaço virtual. O que explica, em parte, a correção de rumo que Mark Zuckerberg vem promovendo na Meta.

“Não se trata apenas de criar com IA. Trata-se de se relacionar com a IA. De criar conexão humana em diferentes espaços. Esta é a promessa da IA, não seu perigo”, opinou. E já está acontecendo.

Outros insights do moço:

  • Mídia sintética é essencialmente qualquer coisa que é gerada — total ou parcialmente manipulada — por um algoritmo. Alguns anos atrás, seriam apenas algumas coisas que você viu em sua timeline. Agora, chegou um ponto de ser algo que vemos diariamente no nosso feed social. O conteúdo dominante que consumimos.
  • O próximo passo? Ferramentas que aprendem usar outras ferramentas. Modelos que entendem quando precisam passar tarefas para outras ferramentas, como o Toolformer. As próprias ferramentas não serão a única interface que usaremos. “O ChatGPT não é ótimo em ciências exatas, então passa o trabalho para o Wolfram Alpha Fantastic, automaticamente, e fornece o que você precisa de volta”.
  • Ferramentas generativas estão chegando até nós, em um lugar onde são tecnicamente viáveis. Coisas que criamos no mundo físico podem começar no mundo digital. A modelagem do que queremos criar é muito mais fácil de iterar usando esses modelos. Então, quer você imprima em 3D ou realmente vá e construa usando outros materiais, como madeira e suprimentos, a IA Generativa será fundamental para ideação.
  • Com IA, criadores individuais se tornarão exércitos de um só. Ela será a ferramenta que aumentará o desempenho de todos, especialmente dos curiosos que se aprofundarem em suas possibilidades. E não acabará com os empregos, mas aqueles com ampla experiência e curiosidade apaixonada chegarão ao topo. O que vai virar o mundo corporativo de cabeça para baixo e já está disruptando o treinamento e a educação.