Segundo Ian Beacraft, CEO e Chief Futurist da Signal e da Cipher, transitar entre mundos físicos e virtuais levará a interações nas quais não poderemos dizer a diferença entre humanos e IA
Uma nova classe de criadores generalistas dominará a era da IA generativa. Uma vez que o conhecimento e a experiência não são mais necessários para atuar com proficiência em novos campos, aqueles com ampla experiência e curiosidade apaixonada chegarão ao topo, opina Ian Beacraft, CEO e Chief Futurist da Signal e da Cipher.
Mais. Transitar entre diferentes mundos (físicos e virtuais) e ter relações profundas com seres de IA será algo que acontecerá naturalmente.
Teremos algum tipo de relacionamento a partir da interseção dessas tecnologias, segundo ele, o que acabará levando a “interações nas quais não poderemos dizer a diferença entre um humano e uma IA. Precisamos entender como vamos nos relacionar com os seres digitais e o que eles podem fazer em nosso benefício”, afirmou.
Relações (inclusive românticas) com avatares de IA poderão ser lugar-comum e não causar nenhum estranhamento para as novas gerações, que crescem ouvindo vozes sintéticas e interagindo com seres digitais, de diversas maneiras. Os primeiros indícios desse futuro já estão aparecendo. Para exemplificar, Beacraft apresentou o vídeo de uma entrevista de Keanu Reeves, no qual ele conta uma história pessoal sobre explicar Matrix para um garoto de 13 anos que nunca viu o filme.
“Há um cara que está em uma espécie de mundo virtual, e ele descobre que existe um mundo real. Ele está questionando o que é real e o que não é real, e quer saber realmente o que é real”, diz Reeves no vídeo. O garoto de 13 anos responde perguntando “Por quê?” “E eu fiquei tipo, ‘…o que você quer dizer?’”, lembra Reeves. “Ele estava tipo, ‘quem se importa se é real?’ E eu fiquei tipo, ‘você não se importa se é real?’ E ele disse, ‘Não.’!”
Ao final do vídeo, Beacraft enfatizou: “Estamos em um ponto em que temos que entender quantos amigos [da geração Alpha] são reais e quantos são sintéticos. E, francamente, pode não importar.”
Breacraft também acredita que o metaverso será muito diferente de um ambiente virtual acessado via headsets. Ele vê o metaverso de maneira muito mais orgânica, integrado à realidade física por meio de tecnologias de realidade aumentada. “É muito mais sobre conexão e sobre criar um espaço de comunidade. E Inteligência Artificial será fundamental nesse sentido.” O metaverso precisará da IA para projetar esse espaço virtual. O que explica, em parte, a correção de rumo que Mark Zuckerberg vem promovendo na Meta.
“Não se trata apenas de criar com IA. Trata-se de se relacionar com a IA. De criar conexão humana em diferentes espaços. Esta é a promessa da IA, não seu perigo”, opinou. E já está acontecendo.
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