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O mercado de trabalho está mais para especialistas ou para generalistas? Crédito: Ann H/Pexels
CARREIRA

Generalista ou especialista: quem se dá melhor no mercado?

Os especialistas vinham levando a melhor até pouco tempo, mas estudos e analistas apontam que os generalistas estão bem longe de perder essa briga

Por Soraia Yoshida 08/11/2021

Olhando para as vagas do mercado de trabalho, principalmente na área de Tecnologia da Informação, a busca por profissionais especialistas é tão grande que qualquer pessoa estaria desculpada por achar que só tem espaço para especialistas. Não é bem assim. Na verdade, há bastante espaço para generalistas. “Empresas que buscam alavancar novas tecnologias como IA muitas vezes procuram especialistas com profunda experiência no assunto, mas uma equipe que mistura generalistas e especialistas tem mais probabilidade de produzir inovação”, afirma Florenta Teodoridis, professora assistente de Administração e Organização na USC Marshall School of Business.

A afirmação parte de sua pesquisa sobre o que acontece quando uma nova tecnologia se torna disponível. O estudo conjunto com Frank Nagle mostrou repetidamente que, “para alcançar a inovação, você precisa de especialistas com profunda experiência em uma área e de generalistas que podem fazer conexões inesperadas em todos os campos”, escreve ela neste artigo para a Fortune. Segundo a pesquisadora, as melhores ideias surgem quando os insights de diferentes áreas são combinados de novas maneiras – um dos maiores talentos dos generalistas. E cita como exemplo a computação quântica, que está combinando física, matemática e ciência da computação para produzir uma síntese com aplicações potenciais em campos que vão da biologia computacional à segurança de dados. “Ao contrário do que se poderia esperar, as novas tecnologias fomentam a maior produção de conhecimento sobre a mais ampla gama de temas entre equipes de generalistas e especialistas”, diz ela.

O estudo aponta que pesquisadores com histórico de publicações em tópicos mais diversos têm três vezes mais probabilidade de usar a tecnologia em suas pesquisas subsequentes, em comparação com acadêmicos mais especializados. Em outro estudo, em conjunto com Jeffrey Furman, Florenta indica que a introdução de novas tecnologias em um campo estimula maior produtividade (ou seja, mais artigos sobre tópicos mais diversos) entre equipes compostas por generalistas e especialistas de fora do campo do que aqueles dentro dele.

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