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Afinal, para que servem Web3, NFT e Metaverso?

"A Web3 é sobre propriedade", explica Sandy Carter, ex-IBM, ex-AWS, e atualmente SVP da Unstoppable Domains, uma empresa que registra domínios associados ao mundo do DeFI

Por Marina Hortélio 14/03/2022

Imagem mostra blocos no blockchain

Web3, NFT e Metaverso são as buzzwords da vez. Conhecer esses conceitos é importante não só por se tratar de uma inovação real, mas também para saber como essas transformações podem disruptar sua companhia ou mercado e quais oportunidades estão sendo criadas. É isso que afirma Sandy Carter, SVP e Channel Chief da Unstoppable Domains, durante o painel “Featured Session: Web3, NFT, Metaverse! 3 Easy Steps To Get Started”, do SXSW.

Sandy Carter é uma das Top 10 influencers globais em Blockchain. Ex-IBM (foi General Manager da companhia entre 2013 e 2016) e ex-AWS (foi VP entre 2016 e 2021), essa engenheira que sabe tudo sobre a Web3, a nova internet que, segundo ela “cria um modelo real de propriedade para a internet, que combina economia, arte, teoria dos jogos e tecnologia de um jeito totalmente novo”. Na Web3, diz Sandy, está criado um novo modelo de propriedade, pelo qual cada pessoa pode se tornar um membro da internet descentralizada, realmente sendo dona dos seus dados e identidade.

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A questão da propriedade também é essencial para os NFTs (Non-fungible Tokens). Sandy sabe que pode parecer estranho comprar algo que existe digitalmente e pode ser reproduzido, mas uma comparação com coleções físicas torna a compreensão mais fácil: “tenho uma amiga que provavelmente tem uma bolsa Channel para cada dia do ano, mas quem paga essa quantidade de dinheiro por uma bolsa precisa saber que ela é verdadeira e ter uma verificação de posse. Outra pessoa pode tirar uma foto da bolsa, mas não é o mesmo de realmente possuí-la. É isso que é um NFT, você tem os direito dessa propriedade digital”, explica, pontuando também que existe um modelo de posse fracionada de um ativo.

O último conceito é o metaverso, que Sandy Carter argumenta ir além de um mundo virtual, sendo uma economia própria em que uma pessoa existe como um avatar. As perspectivas são animadoras, mas ainda estamos no começo da Web3 e, com o tempo e a inovação de muitas startups, é possível evoluir. Para ela, três fatos precisam ser pontuados para garantir a evolução para a próxima fase da internet:

  • Estamos muito cedo no desenvolvimento da Web3
  • Estamos enfrentando desafios de experiência de usuário e usabilidade
  • A tecnologia pode ser super cara

Sandy Carter acredita que a evolução deve seguir um círculo virtuoso: os early adopters entraram na Web3 e fizeram dinheiro. Com isso, atraíram o Venture Capital e as aceleradoras para investir no conceito. O investimento cria novas aplicações e inovações, o que traz mais pessoas para o espaço.

Como os conceitos são complexos, Sandy apresenta cinco pressupostos básicos que constroem o metaverso, as DAOs e a Web3.

  • Descentralização, pelo menos parcial: do ponto de vista da tecnologia, um ambiente descentralizado promete ser mais estável e seguro. Além disso, qualquer pessoa poderá construir uma aplicação, um serviço e uma plataforma porque não existe uma entidade controlando o mercado. Entretanto, por enquanto, as empresas ainda são construídas de forma dependente de tecnologias de outras fases da internet, como o Google Cloud Services.
  • Identidade digital: é uma identidade que te acompanha. As pessoas passam a ser donas dos seus próprios dados, a promessa é que identidade auto soberana será inevitável. Isso significa que uma mesma identidade será usada para entrar em um metaverso, em uma aplicação de finanças descentralizadas ou agrupar informações pessoais. A pessoa escolherá quais dados serão compartilhados, fazendo com que os usuários possam ser recompensados pelo compartilhamento com as empresas. Para as companhias, a transformação pode reduzir as fraudes.
  • Construído no Blockchain: atualmente, cada companhia possui acesso a informações diferentes dos seus usuários. Na Web3, os dados serão inseridos em blocos no blockchain e se tornam acessíveis por outros entes. O blockchain passa a servir como uma parte confiável em transações, com os smart contracts.
  • Comunidade: as pessoas deixam de ser usuários para se tornar membros da Web3. Por isso, existem diversas ferramentas, como o Discord, para fomentar essas comunidades.
  • Propriedade: convidado para a palestra, o cofundador da coleção de NFTs Lazy Lions, Ashur, explica que a valorização dos tokens não fungíveis se baseia na cocriação das marcas com a comunidade. As marcas tradicionais têm entrado nesse espaço e Ashur acredita que a melhor forma de fazer isso é colaborando com coleções de NFT bem estabelecidas.

O desenvolvimento da Web3 ainda está em seu estágio inicial, mas empreendedores e companhias precisam acompanhar o processo. Para isso, precisam dar 3 passos, diz Sandy Carter: aprender, testar a inovação como um consumidor, e interagir com a comunidade por meios de ferramentas como Discord e Telegram.

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