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Foto: Unsplash/Canva
POR TRÁS DOS NÚMEROS

Quanto vale a Meta, afinal?

A percepção de valor da empresa de Mark Zuckerberg vem se destoando - para pior - das outras big techs no mercado. Onde estão os riscos?

De um tempo para cá, a percepção de valor da Meta vem se destoando cada vez mais das outras big techs.

A lista abaixo mostra o indicador de EV/FCF (Enterprise Value/Free Cash Flow) para cada uma delas. Quanto maior o número, menor é o valor que está sendo dado para cada a empresa. Logo depois, estão a rentabilidade dos títulos dos EUA e México, apenas como parâmetros de comparação.

  • Meta: 10,1%
  • Apple: 4,8%
  • Microsoft: 3,6%
  • US30Y: 3,8%
  • MX30Y: 9,5%

O índice de 10,1% da Meta significa que o mercado está valorizando a empresa por um valor equivalente ao caixa que seria gerado pelos próximos 10 anos. Enquanto isso, os 3,6% da Microsoft indicam um valuation equivalente a 27 anos de geração de caixa (100 / 3,6).

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Na prática, ninguém está imaginando que a Meta vai deixar de existir depois no décimo primeiro ano, mas estão, de fato, precificando riscos muito elevados para o futuro do negócio.

Outra forma de olhar para esse número é que ele está em níveis parecidos com os dos títulos da dívida de países de terceiro mundo, como o México. Ou a um patamar muito próximo aos chamados ‘junk bonds’.

Há principalmente dois fatores para a elevação de risco que está sendo precificado para a Meta:

  • Questionamentos sobre o futuro do seu modelo de negócios após a ascensão do TikTok e a perda de eficiência causada pelas novas políticas de privacidade da Apple.
  • Dúvidas sobre retorno sobre o investimento multibilionário que tem sido feito no metaverso.

A rigor, múltiplos baixos não indicam necessariamente problemas no futuro do negócio em si — aliás, a Apple está aí para provar que pode ser muito pelo contrário. No entanto, os desafios da Meta não são nada triviais.

Uma questão interessante é o peso relativo dos fatores de risco que foram colocados acima.

  • Será que o principal incômodo do mercado passa pelo desperdício de recursos em projetos duvidosos e contratações desnecessárias?
  • Ou será que a Meta passou a ser vista como uma empresa madura, posicionada em um mercado de baixo crescimento que já não deve contar mais com as expectativas de crescimento do passado?

Quanto ao primeiro problema, algumas atitudes podem ser tomadas. Mas quanto ao segundo, quase nada pode ser feito.

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