O uso de algoritmos de IA na gestão salarial cresce em todo o mundo. Plataformas de trabalho e departamentos de RH já testam modelos como GPT-4o, Gemini e Claude para recomendar quanto pagar a freelancers e funcionários — em busca de eficiência e justiça. Mas um novo estudo da McGill University, chamado "When AI Sets Wages: Biases and Labor Discrimination in Generative Pricing", mostra que o efeito pode ser o oposto: os modelos tendem a inflacionar valores, reforçar desigualdades geográficas e premiar a idade, tudo isso com aparência de neutralidade técnica.
Para testar, os pesquisadores alimentaram 60 mil perfis reais de freelancers em oito LLMs. A média cobrada por humanos era de US$ 23,60 por hora. As máquinas sugeriram entre US$ 30 e US$ 46 — um aumento de até 90%. À primeira vista, salários mais altos parecem bons para os freelancers. Na prática, reduzem oportunidades de contratação. Já para os empregadores, criam aumento e imprevisibilidade de custos. A IA aprendeu a precificar o trabalho, mas ainda não a entender o que é justo.
Empresas que planejam integrar IA a políticas de remuneração precisarão aplicar a mesma disciplina usada em finanças e segurança cibernética: auditar, versionar e justificar cada decisão automatizada. A IA pode oferecer a base factual — “o modelo sugere X % de aumento considerando performance, tempo desde o último reajuste, mercado” —, mas a validação final e a narrativa da decisão continuam responsabilidade dos gestores, que conhecem a história por trás dos números.
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Ela seria mais justa? Ou entregaria inflação algorítmica e desigualdade automatizada, reproduzindo distorções herdadas do mercado?
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