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Resiliência, novas competências, transição energética, descarbonização e bioeconomia. Pegue uma chave e ache a saída para o conturbado ano de 2023
TENDÊNCIAS

2023: um ano de ventos e trovoadas

Lá fora recessão. No Brasil, transformação. O ano de 2023 promete mares bravios para os CEOS - capitães fortalecidos pela tempestade-pandemia e seus rescaldos no ambiente corporativo. A THE SHIFT mapeou as tendências que podem afetar esta nova viagem. Prontos para zarpar?

Por Rosane Serro 02/01/2023

Com tantas tecnologias novas se firmando este ano e um cenário geopolítico, econômico e regulatório tendendo à incerteza e à transformação, a governança (antes considerada uma ferramenta de gestão do Conselho) ascende, em 2023, à posição de maestrina e coordenadora dos processos corporativos. Até porque, em 2022, casos como os equívocos de Elon Musk no Twitter, o homem-bomba Sam Bankman-Fried e a multa recorde dada ao Danske Bank, após anos de investigações de lavagem de dinheiro mostraram sua necessidade.

Reunimos aqui algumas das principais previsões para o segmento — assim como para as áreas de ESG, gestão de talentos e sustentabilidade —, a fim de mapear o que já se cogita nas antessalas dos Conselhos. Na área de governança corporativa, a revista Forbes alinhavou uma série de temas que “provavelmente” afetarão o setor este ano (mas que fogem dos assuntos habituais, como ativismo de acionistas, segurança cibernética, criptomoeda, ESG e política). Preparem-se, portanto, para trazer à mesa do Conselho questões relacionadas à ética, macroeconomia, tecnologia, regulação e saúde pública que afetarão as empresas de maneiras imprevistas.

Diz a bola de cristal da Forbes

  1. A dinâmica entre o Conselho e os líderes será intensificada. Para preservar o equilíbrio entre governança e gestão, haverá uma parceria colaborativa entre os respectivos papeis, responsabilidades e autoridades;
  2. Ética e honestidade inegociáveis serão mensagens enviadas, constante e consistentemente, tanto pelos líderes quanto pelos membros dos Conselhos;
  3. O Conselho será desafiado a ter resiliência e jogo de cintura para acompanhar a volatilidade das condições geopolíticas, econômicas, financeiras, de infraestrutura e trabalhistas;
  4. O futuro da empresa depende da postura dos líderes corporativos ao enfrentarem riscos e a incertezas de modo a criar um ambiente de inovação e ousadia;
  5. A Inteligência Artificial sentou à mesa e não vai mais sair. É hora de já organizar uma estrutura envolvendo “educação, monitoramento, prevenção de riscos e conformidade regulatória” de modo a inseri-la nos processos produtivos — e decisórios — das empresas;
  6. A desinformação se tornou uma questão estratégica. Ela é um risco corporativo para a cultura empresarial e seu combate não pode mais ser adiado. Promova discussões internas para estimular o engajamento dos colaboradores e alertá-los sobre as implicações sobre a privacidade e liberdade de expressão;
  7. Fusões, aquisições e outras colaborações estão agora sob maior escrutínio devido a ajustes promovidos nas legislações anti truste. O planejamento estratégico deverá ser traçado com ainda mais cuidado;
  8. A responsabilidade individual está em foco. Governos estão julgando condutas criminosas corporativas à luz da responsabilização de executivos individualmente. A tensão na equipe de gestão será constante. Atenção para a criação de códigos de conduta e disseminação das regras relacionadas ao tema;
  9. Inclua a composição do Conselho na pauta anual de governança. Diversidade, representatividade, aposentadoria compulsória (como revisão e offboarding) e mandatos estendidos devem ser administrados e planejados considerando a rotatividade prevista;
  10. Por fim, para 2023, a saúde pública se tornou uma questão privada. O conselho e as lideranças deverão se unir para criar uma voz (enérgica) a respeito de uma cultura corporativa em torno da pandemia de COVID-19 e outras emergências de proporção nacional e global. O local de trabalho deve cumprir sua responsabilidade como um promotor de lições de saúde pública.

Já o Corporate Governance Institute não demonstra tanto otimismo. Para o organismo, o ano de 2023 será “turbulento e imprevisível”. Mas, ao mesmo tempo, merecerá uma abordagem como “copo meio cheio”. Neste sentido, o trabalho dos boards se tornará mais complexo em um ambiente cada vez mais “turbulento”. Em artigo publicado no último dia 22 de dezembro, o CGI se fez a seguinte pergunta: “o que vem a seguir para a governança em 2023?”, considerando um cenário de guerra no Hemisfério Norte, crise na cadeia de suprimentos e escassez de mão de obra.

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