s
Foto: Jon Tyson no Unsplash
LIDERANÇA

Falta de pessoas “tech savvy” na alta gestão prejudica negócios

Sem competências digitais, a transformação digital padece. Só 59% das ofertas de emprego para C-Level ou board pedem alguma habilidade digital. No caso de CEOs, nem isso

Por Silvia Bassi 13/06/2021

Quem vai fazer as “perguntas incômodas” que vão garantir a sobrevivência das empresas na economia digital? A falta de competências digitais na suíte executiva já era um problema antes da pandemia. De março de 2020 em diante, não saber reagir digitalmente ao novo cenário tornou-se ferida mortal para empresas de todos os tamanhos. E as pesquisas globais mostram que o cenário é muito pobre.

Não precisa ser geek, nerd ou ninja em tecnologia para liderar a transformação digital, mas “as empresas não podem mais se dar ao luxo de ter um executivo que confunda discussões sobre a nuvem com conversa fiada sobre previsão do tempo”, aponta um artigo publicado na Harvard Business Review pelos pesquisadores J. Yo-Jud Cheng (Derden), Cassandra Frangos (Spenser Stuart) e Boris Groysberg (HBS).

O X da questão, segundo eles, está nos processos de seleção de pessoas para os cargos de diretoria e cadeiras no board. Ao analisar centenas de ofertas de emprego recentes das empresas da Fortune 1000, descobriram que 59% delas pediam habilidades tecnológicas e/ou digitais, mas isso não era igualmente distribuído entre os cargos: 100% das especificações para CIOs, CMOs e CTOs exigiam tais habilidades, mas menos de um terço das especificações para diretores de recursos humanos e finanças faziam o mesmo, e só 40-60% das buscas por CEOs, diretores de board e de finanças pediam conhecimento técnico.

CADASTRE-SE GRÁTIS PARA ACESSAR 5 CONTEÚDOS MENSAIS

Já recebe a newsletter? Ative seu acesso

Ao cadastrar-se você declara que está de acordo
com nossos Termos de Uso e Privacidade.

Cadastrar

Um estudo da Accenture sobre o expertise tecnológico nos conselhos e no nível C-Level dos bancos descobriu que apenas 1 em cada 10 pessoas que integram a diretoria dessas instituições conhece o suficiente de tecnologia para fazer as perguntas certas que vão direcionar a transformação digital. O percentual de 2021 representa um avanço de ridículos 6% sobre o resultado da mesma pesquisa, feita em 2015.

Na Austrália, o estudo “Driving Innovation: the boardroom gap“, feito antes da pandemia, descobriu que apenas 3% das pessoas com cargos de diretoria nas empresas do país tinham algum background em STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). O cenário revela que, na hora de priorizar investimentos e avaliar riscos, a maioria vai olhar para problemas tradicionais e deixar escapar as perguntas chatas que cobram mais inovação, simplesmente porque falta voz ativa na mesa.

A ausência de habilidades digitais no topo da “cadeia alimentar corporativa” é um luxo ao qual as empresas não podem mais se dar. E estamos falando de ter, pelo menos, metade da diretoria sabendo a diferença entre IA e IoT. Um artigo da MITSloan levanta a lebre: “grandes empresas com equipes executivas com experiência digital superaram o desempenho de empresas comparáveis ​​sem essas equipes em mais de 48%, com base no crescimento da receita e na avaliação”.

ESG: quase 80% das empresas vinculam remuneração a metas ambientais

Tendências

ESG: quase 80% das empresas vinculam remuneração a metas ambientais

De acordo com a KPMG, 37% das empresas aplicam metas ESG tanto em bônus de curto prazo quanto em incentivos de longo prazo, enquanto 40% utilizam apenas metas de curto prazo

Empresas ainda negligenciam saúde mental – e isso vai custar caro

Entrevista

Empresas ainda negligenciam saúde mental – e isso vai custar caro

Tatiana Pimenta, fundadora da Vittude, alerta: cenário tende a piorar antes de melhorar. E prevenção é o único caminho

Clareza e criatividade: Sam Altman ensina como pensar melhor

Inteligência Artificial

Clareza e criatividade: Sam Altman ensina como pensar melhor

Com uma rotina intensa e uso consciente da IA, o CEO da OpenAI mostra como manter a mente afiada por meio da escrita, da alternância entre colaboração e silêncio e da arte de fazer boas perguntas

IA está poupando seu tempo. Mas você sabe o que fazer com ele?

Carreira

IA está poupando seu tempo. Mas você sabe o que fazer com ele?

Se a IA está acelerando sua rotina, você pode estar diante da chance de reinventar sua forma de trabalhar.

Seu cérebro precisa ser mais experimental, menos perfeccionista

Carreira

Seu cérebro precisa ser mais experimental, menos perfeccionista

Cultivar um mindset mais experimental dentro da organização não só contribui para soluções mais criativas, mas também para as pessoas se sentirem mais felizes

Trabalho 2025: as habilidades em alta e como se preparar para as novas demandas do mercado

Tendências

Trabalho 2025: as habilidades em alta e como se preparar para as novas...

O levantamento da LinkedIn revela as competências mais procuradas, enquanto empresas lutam para encontrar profissionais qualificados