The Shift

Meet, Rooms, Teams: o Zoom acumula rivais

Zoom, o aplicativo de videoconferência mais usado durante o distanciamento social, pintava como o improvável vencedor do coronavírus. Praticamente desconhecido um mês atrás, o serviço americano soma agora milhões de usuários. Mas já começa a enfrentar o poder de Google (com o Meet), Facebook (com o Messenger Rooms) e Microsoft (com o Teams). E também o pior dos adversários dos produtos da moda: a fadiga dos usuários.

Mas o que exatamente está nos cansando? Uma possibilidade é o fato de estar em uma videochamada requerer mais foco do que um bate-papo olhos nos olhos. Outra é a falta de pausas e de visão periférica (a única maneira de mostrar que estamos prestando atenção é olhar para a câmera).

De acordo com Andrew Franklin, professor assistente de cyberpsicologia na Universidade Estadual de Norfolk, no estado da Virginia, os setes humanos se comunicam mesmo quando estão quietos. Durante uma conversa entre várias pessoas, o cérebro se concentra parcialmente nas palavras que estão sendo ditas, mas também “tira” informações adicionais de vários sinais não-verbais, como por exemplo, se a pessoa está olhando diretamente para você ou se está virada de lado, se fica se mexendo o tempo todo enquanto fala ou se respira rapidamente, preparando-se para interromper a fala de alguém.

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Quando participamos de uma chamada com várias pessoas, as múltiplas telas ampliam o problema da exaustão. Essa visão de galeria desafia a visão central do nosso cérebro, forçando-o a decodificar tantas pessoas ao mesmo tempo que nenhuma delas consegue ser entendida como aconteceria em uma conversa presencial. “Nós participamos de inúmeras atividades, mas não dedicamos nosso foco a um ponto em particular”, diz Franklin. Os psicólogos chamam isso de atenção parcial contínua e se aplica tanto a ambientes virtuais quando aos reais. Para ter uma ideia, basta imaginar como seria difícil cozinhar e ler ao mesmo tempo. Esse é o tipo de multi-tasking que nosso cérebro está tentando fazer —  e falhando, na maioria das vezes.

O resultado é que as videochamadas se tornam menos colaborativas, espaços virtuais em que duas pessoas acabam falando o tempo todo e os demais só escutam. Se isso está acontecendo nas videochamadas da sua equipe, é hora de rever estratégias.

Para facilitar a vida dos trabalhadores remotos, o futurista Rohit Bhargava acaba de lançar o “The Non-Obvious Guide to Virtual Meetings and Remote Work”, já disponível gratuitamente na versão Kindle para quem tem uma conta norte americana da Amazon. O pessoal do MIT Media Lab também tem algumas dicas para melhorar as reuniões online.