s
Giovanna Lenzi é responsável técnica pela equipe de Psicologia do Hospital Santa Catarina-Paulista, em São Paulo Crédito: Arquivo Pessoal
ENTREVISTA

“É preciso coragem para se priorizar”

Respeitar o processo interno é parte do aprendizado para se conhecer e se cuidar, como explica a psicóloga Giovanna Lenzi

Por Soraia Yoshida 15/07/2022

A falta satisfação, engajamento e de relação com o trabalho custa às organizações US$ 7,8 trilhões em perda de produtividade. Isso equivale a 11% do PIB global jogados fora por não trabalhar adequadamente aspectos da experiência do colaborador (EX). De acordo com o relatório “State of the Global Workplace: 2022 Report”, da Gallup, ansiedade e estresse podem pesar bastante no desempenho. E, como mostra outro estudo, da Deloitte, nem sempre as lideranças estão atentas a esse fato – e quando estão, acham que a situação é melhor do que na vida real.

A pandemia também serviu como gatilho para o aumento surpreendente nos níveis de estresse, ansiedade, depressão e síndrome de burnout – esta última reconhecida oficialmente como relacionada ao trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS) – entre os trabalhadores. Grande parte desses profissionais adoecidos vai parar nos consultórios médicos e hospitais, onde “despejam” suas angústias em busca de alento e respostas. Muito do do trabalho da psicóloga Giovanna Rossi Lenzi, responsável técnica pela equipe de Psicologia do Hospital Santa Catarina-Paulista, é ouvir o que essas pessoas têm a dizer. “Eu brinco que a Psicologia dentro do hospital tem que estar na contramão: enquanto todo mundo está correndo para fazer o corpo sobreviver, a gente tem que andar com calma, observar a cena e ver onde podemos ser um bom instrumento”, afirma.

Para Giovanna, não se pode olhar para o indivíduo de forma separada, colocando o profissional de um lado e essa mesma pessoa em seus momentos de lazer do outro. “Estamos falando de uma pessoa só”, diz ela. “Antigamente se falava para não misturar trabalho com a vida pessoal. Mas a gente precisa misturar porque é uma pessoa só, concorda? Não são várias pessoas separadas, ela continua sendo a mesma seja em casa ou no trabalho. Tudo está interligado”.

Este é um conteúdo exclusivo para assinantes.

Cadastre-se grátis para ler agora
e acesse 5 conteúdos por mês.

É assinante ou já tem senha? Faça login. Já recebe a newsletter? Ative seu acesso.

A voz como interface fundamental dos negócios

Entrevista

A voz como interface fundamental dos negócios

Da clonagem e geração de vozes artificiais à criação de música comercial incidental, a startup ElevenLabs montou um arsenal tecnológico para áudio gerado por IA. Agora, abre escritório no Brasil e aposta na criatividade local para...

Uma aula de como transformar sucata em futuro

Entrevista

Uma aula de como transformar sucata em futuro

A primeira brasileira finalista do Global Teacher Prize mostra como tecnologia, inovação e criticidade podem transformar a educação pública e dar voz às periferias

IA boa é IA governada

Inteligência Artificial

IA boa é IA governada

Sem fundação sólida, projetos viram castelos de areia: executivos da MATH explicam como transformar hype em vantagem competitiva com governança, resiliência e ROI real.

Kasley Killam: saúde social como vantagem competitiva nas empresas

Entrevista

Kasley Killam: saúde social como vantagem competitiva nas empresas

A cientista social Kasley Killam mostra que a conexão entre pessoas no trabalho aumenta a colaboração, inovação, resiliência e qualidade das entregas

Tecnologia precisa ser tangível e gerar resultados

Entrevista

Tecnologia precisa ser tangível e gerar resultados

Em entrevista, Niklas Guske, cofundador e COO da fintech alemã Taktile, fala sobre automação de decisões financeiras com Inteligência Artificial. A empresa prepara-se para abrir escritório no Brasil para atender a AL

Aprendizado coletivo: o futuro do trabalho segundo Annmarie Neal

Entrevista

Aprendizado coletivo: o futuro do trabalho segundo Annmarie Neal

A Chief People Officer da Zendesk fala sobre disrupção, IA, talentos e como empresas podem construir comunidades em que as pessoas aprendem juntas