s
INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

IA no trabalho: entre dopamina, workslop e risco regulatório

Pesquisas recentes mostram que chatbots e copilots podem capturar atenção como redes sociais e máquinas caça-níqueis. E já há um preço alto sendo pago nas empresas.

Chatbots chegaram para turbinar a produtividade, mas podem estar sugando algo mais valioso: sua atenção. Pesquisadores alertam que certas escolhas de design — textos que aparecem “palavra por palavra”, notificações insistentes e respostas sempre empáticas — funcionam como dark patterns, semelhantes aos usados em redes sociais e até em máquinas caça-níqueis.

Um estudo publicado pela Harvard Business Review chamou esse efeito de workslop: o dilúvio de conteúdos “certinhos”, mas pobres em substância. Pesquisadores do BetterUp Labs e de Stanford constataram que 41% dos trabalhadores já se depararam com esse tipo de produção gerada por IA, que custa quase duas horas de retrabalho por instância e US$ 186 por mês por empregado em produtividade desperdiçada. Em escala corporativa, isso vira um imposto invisível sobre atenção, contexto e qualidade de decisão. E um sabatador de confiança e colaboração (cada vez mais complexa).

O quadro que emerge não é de “pânico moral”, mas de higiene de design e governança: quando sistemas conversacionais entram no fluxo de trabalho, micro-recompensas competem com objetivos reais do time.

O que a ciência já sabe (e o que ainda não)

  • Interfaces que prendem: no CHI 2025 pesquisadores mapearam quatro padrões viciantes em chatbots populares: imprevisibilidade da resposta, texto digitado em tempo real, notificações que puxam conversa e validação constante. Todos elevam dopamina e prolongam sessões.
  • O tempo importa: Em março de 2025, um ensaio clínico com quase mil pessoas (arXiv, mar/2025) mostrou que quanto maior o tempo diário com IA, maior a solidão e a dependência relatadas. Conversas em texto engajam mais emocionalmente do que voz.

Este é um conteúdo exclusivo para assinantes.

Cadastre-se grátis para ler agora
e acesse 5 conteúdos por mês.

É assinante ou já tem senha? Faça login. Já recebe a newsletter? Ative seu acesso.

Era da Eletricidade: IEA aponta nova geopolítica da energia e protagonismo do Sul Global

Tendências

Era da Eletricidade: IEA aponta nova geopolítica da energia e protago...

Relatório World Energy Outlook 2025 mostra como a eletricidade vai dominar setores-chave da economia, com destaque para Índia, América Latina e Brasil, enquanto redes defasadas e disputa por minerais estratégicos acendem alerta global

IA Física: a nova fronteira da automação inteligente

Inteligência Artificial

IA Física: a nova fronteira da automação inteligente

De humanoides a veículos autônomos, a robótica entra em fase de maturação com dados sintéticos, teleoperação e modelos generativos que aprendem a agir no mundo real.

Superinteligência sim, com regras diferentes

Inteligência Artificial

Superinteligência sim, com regras diferentes

Enquanto o Vale do Silício corre para criar máquinas que superem a mente humana, a Microsoft aposta em outro tipo de corrida: a por uma superinteligência poderosa, mas sob controle humano.

Da métrica ao impacto: o Brasil aprende a medir o que importa na inovação

Inovação

Da métrica ao impacto: o Brasil aprende a medir o que importa na inov...

Com o pacto nacional de indicadores, a nova Lei do Bem e a ciência aberta, o país constrói a infraestrutura invisível que transforma dados em decisão.

Talentos verdes em falta: a lacuna que ameaça o futuro sustentável

Tendências

Talentos verdes em falta: a lacuna que ameaça o futuro sustentável

A transição para a Economia Verde corre risco sem trabalhadores capacitados, mesmo com crescente interesse de jovens e empresas

Aquisição de talentos em 2026: dados, IA e foco em skills críticas

Tendências

Aquisição de talentos em 2026: dados, IA e foco em skills críticas

IA deixa de ser buzzword e se torna infraestrutura. Skills, experiência do candidato e governança de dados definem o novo padrão da aquisição de talentos