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O laboratório de inovação de Harvard, antes da pandemia Crédito: Harvard
INOVAÇÃO

O segredo dos labs de inovação

A inovação não vem de uma centelha mágica que nos atinge como um raio, e sim de de constantes mudanças, experimentações, manutenções e interações

Por Silvia Bassi 24/06/2021

Quando tudo vira de cabeça para baixo, é aí que nasce a inovação? Depende. Se a empresa não tem nem cultura, nem práticas de geração e experimentação de novas ideias implementadas, a chance dos esforços virarem um movimento “corram para as colinas” é grande. Porque a inovação, segundo o reitor da Faculdade de Artes e Ciências do SUNY Polytechnic Institute, Andrew Russel, coautor do livro “The Innovation Delusion: How Our Obsession with the New has Disrupted the Work that Matters Most“, não vem de uma centelha mágica que nos atinge como um raio, e sim de de constantes mudanças, experimentações, manutenções e interações. Falar de inovação e teorizar inovação não necessariamente levam a ela.

A palavra inovação está tão usada que, para alguns, começa a dar arrepios, concordam? O problema não está no uso do termo, mas na banalização. A edição de junho de 2021 da revista Global Finance, totalmente dedicada ao assunto, enfia o dedo na ferida: “Definir algo tão fundamental para a vida moderna quanto a inovação é muito difícil. Podemos ter certeza de que a tecnologia pioneira de mRNA que ajudou a criar uma classe totalmente nova de vacinas, incluindo aquelas que protegem contra Covid-19, é inovadora. Mas e um telefone com uma tela que dobra, mas que funciona como os outros telefones?“, escreve Lawrence Neville.

E é nesse território que os laboratórios de inovação — espaços criados por empresas e organizações, geralmente associados a startups ou áreas de pesquisa — aparecem como uma alternativa a ser considerada. Desde que não cometam três pecados capitais, escreve Simone Ahuja, consultora e autora do livro “Disrupt-it-yourself“, um manual prático de inovação com base em suas pesquisas com empresas que fazem parte da lista Fortune 1000.

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Se houver falta de alinhamento com os negócios, falta de métricas de sucesso e falta de times equilibrados e diversos, diz Simone, os laboratórios fracassam. De fato, uma pesquisa realizada em 2015 pela Capgemini Consulting e o Altimeter Group identificou que entre 80% a 90% dos laboratórios de inovação falhavam na entrega do valor prometido. O que mudou? O entendimento dos três pecados capitais e a experiência de que labs de inovação não podem ser corpos estranhos prestes a serem “fagocitados” pela cultura organizacional avessa a mudanças.

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