s
A estratégia para a inovação passa por mudanças: as empresas precisam entender se está na hora de pivotar ou melhorar o que está sendo feito Crédito: Pixabay
INOVAÇÃO

O que empresas de alto desempenho fazem diferente

Não basta inovar dentro do próprio setor. Empresas líderes expandem fronteiras, antecipam tendências e integram inovação à estratégia corporativa para crescer mais rápido

O que diferencia as empresas de alto desempenho é sua abordagem abrangente à inovação. Enquanto as companhias em geral concentram seus esforços na otimização dos negócios centrais (core business), as organizações líderes do mercado são 63% mais propensas a inovar em grande escala ao criar ou adquirir novos negócios fora de suas indústrias e 50% mais propensas a expandir geograficamente, aponta uma análise da McKinsey.

De acordo com a pesquisa, realizada com 1.039 empresas globais, a capacidade de inovar foi identificada como o fator estratégico mais importante para o crescimento nos próximos 12 meses – e a prioridade número um de investimento para acelerar o crescimento. Esse fator se mantém entre os três principais vetores de crescimento em quase todos os setores, desde energia até varejo.

CADASTRE-SE GRÁTIS PARA ACESSAR 5 CONTEÚDOS MENSAIS

Já recebe a newsletter? Ative seu acesso

Ao cadastrar-se você declara que está de acordo
com nossos Termos de Uso e Privacidade.

Cadastrar

Embora 80% do crescimento corporativo geralmente venha do setor principal da empresa, a inovação dentro desse núcleo desempenha um papel central na criação de novas fontes de receita. Empresas de alto desempenho são 78% mais propensas a criar novos negócios em setores distintos e 68% mais propensas a adquirir empresas de outros segmentos. Esse padrão se reflete nos 20 maiores players globais em lucro econômico: 70% deles impulsionaram seu crescimento por meio de investimentos estratégicos em inovação, seja expandindo seus mercados existentes ou criando novas frentes de atuação.

Os pilares da inovação bem-sucedida

Os líderes de mercado que utilizam a inovação como estratégia de crescimento seguem princípios fundamentais que maximizam o retorno e minimizam os riscos:

  1. Compromisso com a inovação: Empresas que mantêm investimentos em inovação mesmo em períodos de incerteza tendem a superar seus concorrentes no longo prazo. A criação de uma cultura organizacional voltada para o crescimento e o envolvimento dos funcionários são diferenciais essenciais.
  2. Extensão de capacidades: As companhias de melhor desempenho encontram formas de aplicar suas vantagens competitivas em novos mercados. Isso inclui aproveitar sua infraestrutura, propriedade intelectual e relacionamento com clientes para explorar novas oportunidades.
  3. Aproveitamento de tendências favoráveis: Empresas em setores com alta demanda por inovação, como semicondutores e biotecnologia, podem crescer acelerando seus investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Já aquelas em mercados mais saturados podem buscar oportunidades em setores emergentes.
  4. Autodisrupção: Líderes de mercado não apenas seguem tendências – eles as criam. Um exemplo é a Anduril Industries, que transformou o setor de defesa ao promover um ecossistema aberto de inovação para soluções personalizadas e interoperáveis.
  5. Fusão e aquisição como motor de inovação: Muitas empresas aceleram seu crescimento adquirindo tecnologias e propriedades intelectuais estratégicas. Ao mapear as capacidades necessárias para se destacar em novos mercados, as companhias podem decidir quais habilidades devem ser desenvolvidas internamente e quais devem ser adquiridas.

A inovação como parte de uma empresa

O segredo para tornar a inovação parte do que uma companhia é, segundo David L. Rogers, está em vincular cada iniciativa inovadora a dois pilares estratégicos:

  1. Prioridades claras de crescimento: a inovação deve estar alinhada aos objetivos estratégicos mais importantes para a empresa.
  2. Vantagens competitivas únicas: a inovação deve aproveitar os diferenciais da empresa, como dados, redes de clientes, cadeias de suprimentos ou propriedade intelectual.

Rogers argumenta que muitas empresas falham em seus esforços de inovação porque tratam seus times de inovação como entidades isoladas, desconectadas da estratégia corporativa. Isso resulta em ideias criativas que não se traduzem em crescimento real – e muito menos em inovação além do core.

Em um estudo sobre o que as empresas inovadoras fazem de diferente, o BCG apontou seis atributos multifuncionais que têm tudo a ver com inovar além do core:

  • Liderança e propósito: sem líderes capazes de instigar e comunicar o porquê de adotar uma determinada estratégia, os funcionários não vão entender a razão de perseguir novos negócios.
  • Vantagem das pessoas: contratar talentos e desenvolver pessoas deve ser prioridade de qualquer organização que quer ser bem-sucedida.
  • Modelo operacional ágil: as empresas, pessoas e processos devem se adaptar e mudar sempre que necessário.
  • Cultura orientada para a inovação: garantir que as pessoas se sintam seguras para apontar melhorias e erros é um dos primeiros passos.
  • Plataforma de dados e tecnologia modernizada: sem dados organizados, as organizações não conseguem encontrar e extrair valor de seus clientes.
  • IA incorporada: nas operações e no dia a dia, lembrando que as pessoas precisam ser treinadas para que o valor apareça.

O mapa das tecnologias para 2026: do Quantum-safe aos tutores infinitos

Inovação

O mapa das tecnologias para 2026: do Quantum-safe aos tutores infinito...

Segurança pós-quântica, IA física, defesa acelerando inovação civil e educação personalizada traçam o roteiro estratégico para quem não pode ignorar 2026

Seis tendências para o trabalho em 2026 (e nenhuma é tecnológica)

Tendências

Seis tendências para o trabalho em 2026 (e nenhuma é tecnológica)

Cultura estratégica, segurança psicológica, liderança requalificada, flexibilidade real, habilidades humanas e gestão do burnout formam o novo núcleo competitivo das empresas na era da IA

O fim da fricção: a ascensão das empresas superfluidas e o futuro híbrido entre humanos e IA

Inteligência Artificial

O fim da fricção: a ascensão das empresas superfluidas e o futuro h...

Relatório da EY revela como IA agêntica, contratos inteligentes, robótica e neurotecnologias estão transformando empresas em ecossistemas autônomos e superfluídos

Inovação aberta no Brasil: país entra em fase de transformação estrutural

Inteligência Artificial

Inovação aberta no Brasil: país entra em fase de transformação es...

Com 73% das empresas operando programas estruturados e 91% priorizando IA e dados, o país supera o ciclo experimental e transforma colaboração com startups em estratégia central de negócios

Sucessão: por que os boards estão trocando até os CEOs de alta performance

Carreira

Sucessão: por que os boards estão trocando até os CEOs de alta perf...

Estudo revela que conselhos usam a sucessão como arma estratégica na transformação digital, elevando contratações externas e mudando o modelo de liderança

Consumidores querem mobilidade elétrica

Inovação

Consumidores querem mobilidade elétrica

Em meio à queda de braço sobre a eletrificação do planeta, os consumidores aceleram a troca de veículos a combustão por versões movidas a eletricidade. E o Brasil é um dos países que se destaca nas pesquisas globais sobre o tema.