s
Crédito: (Christina @ wocintechchat.com/Unsplash)
LIDERANÇA

Entre as startups, falta governança corporativa

A recomendação é aplicar práticas de governança desde o começo e evoluir com o crescimento da companhia.

Travis Kalanick deixou o comando da Uber em 2017. A queda do CEO evidenciou o acúmulo de crises na empresa - inclusive internas. A cultura de trabalho tóxica e a pressão para crescer a qualquer custo foram alguns dos calcanhares de Aquiles da companhia. Os problemas enfrentados pela Uber são uma amostra de que uma boa governança corporativa faz falta. O caso não é uma exceção no ecossistema de inovação, mesmo no Brasil. A pesquisa “Startups & scale-ups: maturidade em governança”, da Better Governance, aponta que 60,1% das startups ouvidas declaram estar nas fases mais avançadas de desenvolvimento do negócio, mas só 17,6% afirmam estar nos estágios mais maduros de governança. Existe um descompasso no tema no país. É preciso solucioná-lo.

A sócia-fundadora da Better Governance, Sandra Guerra, identifica dois fatores por trás da reduzida maturidade da governança entre startups e scale-ups: crescimento acelerado e conhecimento superficial ou equivocado sobre o tema. Para a especialista, as altas demandas de uma startup em estágio inicial obrigam um foco em questões vistas como essenciais. A governança corporativa pode acabar ficando de lado. Sobreviver ao vale da morte, a necessidade de crescer rapidamente, a urgência para provar que o modelo de negócio funciona e a busca por investidores viram prioridade.

O outro fator extrapola o mundo das startups. Tanto empresas nascentes, quanto companhias estabelecidas têm um entendimento errado sobre o tema. Guerra vê que as organizações ainda entendem governança corporativa como um conjunto de regras com uma abordagem de compliance. Essa compreensão restringe a governança a uma espécie de elemento exigido pelas fontes de recurso. Na verdade, o conceito vai além: “não há o entendimento de que a governança pode melhorar o processo de decisão na empresa. Torná-lo mais robusto. Trabalhar com elementos, como transparência, vai reduzir a incerteza dos círculos de fora do negócio e aumentar a confiança. Com tudo isso, é gerado valor intrínseco e extrínseco para a empresa”, explica.

Este é um conteúdo exclusivo para assinantes.

Cadastre-se grátis para ler agora
e acesse 5 conteúdos por mês.

É assinante ou já tem senha? Faça login. Já recebe a newsletter? Ative seu acesso.

De quem é o planejamento estratégico?

Fronteiras da Gestão

De quem é o planejamento estratégico?

Estratégia aberta: mais transparência, maior inclusividade e compartilhamento entre os stakeholders

Por Samir Lófti Vaz

Entrevista

"Quando as coisas funcionam, tudo é melhor e mais fácil. Governança...

Com um software que torna decisões e processos mais ágeis e simples, a Atlas Governance quer ampliar sua presença na América Latina, como conta o CEO Eduardo Carone