Mais design = mais testes = mais receita. Acreditando nessa equação, aparentemente simples, Vitor Filipe e Daniel Dahia, cofundadores da Faster, transformaram R$150 mil de dívida no banco em um faturamento de milhões, em menos de dois anos.
Diante do que parecia ser uma tempestade perfeita, a dupla agilizou, com muita eficiência, um processo que era muito lento e complicado. Como? Criando um modelo de negócio unificando todos os processos de design em uma única plataforma, cobrança de assinatura com franquia mensal de crédito e entregas em até 72h.
Daniel: Hoje tem uma dor muito forte nos times de marketing. A quantidade de campanhas, de material gráfico, de design e de cópia que eles precisam produzir cresceu muito diante de uma centena de canais de aquisição que não existiam anos atrás. Então, você tem os principais times de marketing, growth, CRM, Social Media, entre outros, afogados, sem conseguir executar as próprias estratégias e, consequentemente, sem gerar receita.
Quais eram as opções que eles tinham para resolver essa dor? Contratar uma agência que levará um mês ou dois até se achar, fazer todo um onboarding e pagar caro por isso? Buscar um freelancer por indicação? Mas como uma empresa como o Nubank vai depender de um freelancer? É uma relação muito transacional, que não gera uma parceria de longo prazo. Muito imprevisível. Aumentar headcount?
Surgimos para oferecer uma quarta opção. A empresa entra em contato conosco, faz uma assinatura com uma franquia mensal de crédito e tem acesso a uma plataforma na qual pode pedir qualquer peça de design com entrega de vinte e quatro a setenta e duas horas. Quem produz essas peças é uma comunidade criativa selecionada pela Faster, de designers a copywriters. A gente consegue entregar de uma forma muito mais eficiente, usando tecnologia. Nossa meta é que, em vinte e quatro meses, não exista um time de marketing excelente que não use a Faster para alguma coisa.
Daniel: No comecinho da empresa, ouvimos muitas pessoas falando, por exemplo, ‘putz já tentei resolver essa dor, não consegui, é uma loucura, é impossível gerenciar tanto projeto simultaneamente’. O que conseguimos fazer foi repensar toda essa cadeia criativa e ‘produtizar’ ao máximo todo esse processo para a coisa ficar verdadeiramente escalável. A gente tem gente talentosa produzindo esses materiais e uma plataforma tecnológica que faz toda a diferença.
Criamos uma plataforma que transforma a produção criativa. Então, em vez de as equipes de marketing usarem vários softwares espalhados como WhatsApp, Trello, Monday, Google Drive e Google One Drive, a gente unifica tudo isso. Nosso cliente aperta poucos botões e cria uma tarefa nova pedindo uma peça de design, acompanha a produção dessa peça em tempo real e fornece feedback de uma forma super ágil. Também consegue acompanhar o consumo de créditos da franquia que ele pode solicitar por mês.
Trouxemos uma abordagem de produto para uma indústria que é totalmente conhecida como sendo de serviço, colocando uma camada de tecnologia entre os criativos e o CS.
Vitor: O processo é super-rápido, fazemos um onboarding faseado para conseguir absorver ao máximo todas as características dos nossos clientes e para que o cliente também absorva ao máximo como nosso processo funciona, todos os critérios, as regrinhas que permitem que a gente seja realmente mais veloz e ágil, para que consiga tocar todas as demandas no dia a dia com a gente.
Nosso cuidado com o relacionamento com o cliente é muito forte. Nosso time de CS é mega preparado para lidar com todos os detalhes dessa relação. É extremamente diferente você entrar no 99jobs e tentar criar um projeto por conta própria ou entrar na plataforma da Faster, contar com nosso time de CS para te dar todo o suporte e acompanhar todo o ciclo do projeto.
Daniel: A aceleração com a tecnologia acontece na entrega das peças e também no processo.
A gente consegue organizar super bem todas as demandas e dimensionar a nossa comunidade criativa para atender exatamente o que for preciso.
Permitimos que você abra um pedido enorme de coisas, obviamente dentro da franquia que você tem mensalmente com a gente, e vamos tocando internamente.
Vitor: O modelo da Bossa Box tem algumas finalidades parecidas com o nosso. Mas a principal diferença é que a Bossa Box deixa profissionais dedicados ao atendimento de um cliente específico. No nosso caso, a gente organiza esse grupo de pessoas talentosas para que atendam, com recorrência, determinadas contas.
Então por exemplo, o grupo de pessoas que atende Nubank é sempre o mesmo, mas não necessariamente essas pessoas estão dedicadas ao Nubank, porque conseguimos manejar todas essas demandas ao longo do ciclo mensal do cliente com a gente.
Daniel: O design tem dois caminhos. Um é operacional e tático e outro é mais na direção da estratégia. Se eu for pensar no operacional e no tático, qualquer ação de digital que você precisa executar para gerar qualquer centavo de receita vai precisar de uma peça de design feita no Adobe, Illustrator, Photoshop ou Canva. Isso é um fato que as pessoas às vezes esquecem. É tão óbvio, é tão parte do dia a dia, que acabam esquecendo.
O que a gente pensou foi em melhorar essa ponta que é o criativo, a régua de e-mail marketing, peça de social media, campanha de mídia paga, infográfico, e-book… Se a gente conseguir melhorar a eficiência dessa operação e deixar o time de marketing um por cento mais eficiente e isso reflita em zero por cento no faturamento das quinhentas maiores empresas brasileiras, conseguiremos desbloquear o crescimento e melhorar a comunicação do cliente.
Conversei com mil times de marketing no último um ano e meio enquanto eu fazia sozinho a venda da Faster. Hoje temos oito pessoas no time comercial. Mas, no começo, fazia a venda sozinho. Para todos esses times eu perguntava se havia alguma coisa que eles não estavam conseguindo fazer porque não conseguiam produzir as peças de design e era incrível ouvir que, de mil empresas, em 900 isso acontecia e não havia ninguém resolvendo problema.
É muito absurdo. Você tem um mar de empresas que estão sofrendo, que estão apanhando, o gasto em mídia digital alcançando seiscentos e cinquenta bilhões em 2023 e essas empresas continuando a usar os mesmos fornecedores de dez, vinte, trinta, quarenta, cinquenta anos.
Como as peças são produzidas? Qual que é o ciclo de aprovação delas? Da produção da primeira versão até subir o anúncio, o que tem nessa cadeia que a gente consegue melhorar e deixar mais eficiente? Como essas empresas trabalham brand awareness? Como a identidade visual delas se comunica de uma forma coesa com o mundo? Como um rebranding tem impacto direto em vendas? A gente quer atacar cada uma dessas coisas.
A Faster não se comporta, de forma alguma, como uma consultoria de marketing. A gente só produz as peças de design e o copyright delas se for preciso.
Daniel: Montamos um modelo tipo Amazon Prime, no sentido de que a gente refaz a peça quantas vezes for necessário para o cliente ficar satisfeito. Não tem muito um limite de alterações. Pensamos que se a gente limitasse as alterações o cliente ficaria insatisfeito e iria embora mais rápido.
É melhor fazer alterações infinitas, entender o cliente e confiar que conseguiremos entregar uma coisa bem feita de primeira, depois.
Hoje os nossos planos estão por volta de oito mil reais para o plano básico com trinta créditos criativos que a empresa pode usar. Dá para fazer mais de cem desdobramentos de peças. Se a empresa fosse contratar um designer CLT com todas as licenças de software, com computador, processo de recrutamento, etc, sai bem mais caro. É mais fácil contratar a Faster e produzir exatamente o que precisa, do que contratar um designer que está com tempo ocioso.
Daniel: A gente gosta de trabalhar com dois tipos de cliente: empresas grandes consolidadas, com mais de mil funcionários, geralmente dos setores de educação, tecnologia ou bens de consumo; e empresas que precisam muito de design e peças criativas rápidas, como as startups.
Geralmente as startups levantam uma rodada e precisam fazer um monte de campanha de mídia paga, um monte de comunicação com colaborador, um monte de coisa de social mídia, e não consegue contratar na velocidade que precisa, porque o processo seletivo é longo. Elas precisam de coisa instantânea. É aí que entra a Faster.
A gente se dá muito bem com startups que estão em early, growth e late stage, conseguindo ajudar em cada um desses estágios.
Então são esses dois perfis de empresa que a gente mais se relaciona.
No começo, nosso modelo foi desenhado para vender para quem tivesse necessidade. Mas, agora, o nosso produto está bem direcionado aos times de marketing mais sólidos, geralmente encontrados em grandes empresas ou para as startups em crescimento acelerado.
Daniel: Nossa meta? Construir a maior empresa de serviços criativos da América Latina. Um plano que precisa ser executado ao longo de dez anos, mais ou menos.
Vitor: Gostamos de nos posicionar com uma extensão criativa dos times de marketing. A ideia não é substituir nada nem ninguém inicialmente, mas conseguir dar vazão para o que esses times têm represado no momento.
Estamos tentando construir um grande ecossistema de soluções que ajudem times de marketing e toda essa cadeia de produção de materiais criativos. Um lugar que a gente desenvolva, usando tecnologia, formas de ajudar esses times a produzir cada vez mais, a estarem em mais lugares, a gerenciar e analisar melhor a eficiência de todas as campanhas que eles estão rodando.
Vitor: Geralmente a gente acaba tendo como tomador de decisão o gerente de marketing ou de comunicação que está sofrendo na pele a dor de não conseguir executar esses trabalhos.
Percebemos que os gestores de marketing ainda consideravam ter trinta, cinquenta, cem pessoas do seu departamento de marketing. Mas esse é um modelo ineficiente e insustentável, hoje. Fadado ao fracasso. Eles precisa buscar formas de como ser incrivelmente mais eficientes para continuar testando as coisas, comunicando, trazendo clientes para a empresa com menos recursos.
Daniel: A Faster nasceu de uma agência de design via WhatsApp para dentista. Percebemos, em 2017/2016, que dentistas, médicos, advogados, profissionais autônomos em geral, estavam querendo começar a entrar no Instagram para tentar vender seus serviços. O Hotmart estava começando a bombar. A galera saía da faculdade de medicina e criava um perfil de médico ou de dentista, Enfim, queriam começar a ter presença nas redes. A gente percebeu que esses caras manjavam muito da profissão deles, mas não entendiam nada de design, nem de marketing. Mas conheciam muito o WhatsApp. Por quê? Porque eles ficavam o dia inteiro no WhatsApp falando com os pacientes.
Então montamos uma operação que atendia esses médicos e esses dentistas via WhatsApp. Por exemplo, se você fosse um dentista no Rio Grande do Sul precisando de uma identidade visual bastava clicar em um botão lá no nosso Instagram para abrir automaticamente um chat com uma pessoa de atendimento. Esse dentista mandava um briefing pelo celular, recebia as atas pelo celular, pagava pelo celular. Essa operação explodiu entre 2017 e 2020. Faturamos vários milhões e tivemos trinta pessoas no time. Só que, do nada, esses médicos e dentistas que eram 80% dos nossos clientes fecharam as portas.
Foi muito louco e muito difícil. Estávamos endividados, com 150 mil reais de dívida no banco, nome no Serasa, três boletos protestados no Facebook Ads já no cartório… não tinha para onde ir. O negócio estava complicadíssimo. Foi aí que a gente teve uma ideia que salvou completamente a empresa. Mais ou menos em outubro de 2020, algumas empresas começaram a querer levar os funcionários de volta ao presencial. Só que elas não tinham os materiais para sinalizar o distanciamento social, como ‘não sente aqui’. Começamos a fazer artes padronizadas, que a gente só mudava o logo da empresa e as cores. Mandávamos para eles, eles imprimiam, colavam os avisos e conseguiam trazer os colaboradores de volta.
Começamos a vender um monte disso e paramos para pensar que não era possível estar vendendo vinte peças de design por 9 mil reais para uma empresa com cem pessoas no time de marketing. Tinha um problema nisso e a gente foi explorar esse problema. Criamos um e-mail marketing bem tosco, tipo ‘você está meio afogado design? A gente consegue resolver’, e as pessoas começaram a ir respondendo. Percebemos que a dor era muito forte, montamos um time, fechamos com os primeiros clientes, levantamos a primeira rodada e foi….
Vitor: Todo esse processo foi absolutamente excruciante, tudo o que a gente construiu na vida estava em jogo, estávamos praticamente na lona e no final do segundo tempo a gente conseguiu identificar uma nova oportunidade e remodelar a empresa toda. Por um lado, a pandemia foi uma completa desvantagem, porque a gente teve que fazer tudo talvez no pior momento de saúde mental da história da nossa geração. Por outro lado, várias das imposições da pandemia favoreceram muito o nosso novo modelo de negócio.
O modelo comercial seria diferente, muito provavelmente, se não houvesse essa cultura de videocalls como a gente tem hoje. Até então, a gente só pensava em ter um escritório cada vez maior para poder juntar todas as pessoas lá dentro, porque era o jeito que a gente sabia fazer as coisas. Trabalho remoto era visto como tirar quase o dia de folga. Tudo isso acabou sendo bastante importante para a gente poder fazer o novo modelo triunfar. Mas, ao mesmo tempo, foi extremamente difícil lidar com todos os problemas que a pandemia gerou.
Daniel: Em termos comerciais de marketing, temos 110 clientes hoje. Há mais quatro mil grandes empresas brasileiras que poderiam estar usando Faster nesse momento. Isso me incomoda e me move muito, saber que a gente já poderia estar ajudando muito mais se conseguíssemos alcançar essas pessoas.
Muito do nosso foco nos próximos 24 meses é tornar a Faster onipresente. Antigamente, se você perguntasse para os seus colegas o nome de duas corretoras, ninguém sabia. A galeria ia pesquisar. Hoje, todo mundo sabe que existe QuintoAndar.
A nossa ideia é que aconteça exatamente isso com a Faster quando os times precisarem de um design ou de alguma peça criativa.
Vítor: Temos um mercado gigantesco e o desafio é justamente conseguir desenvolver tecnologia que lastreie toda essa escala.
Na perspectiva de IA, a vemos como uma baita oportunidade em termos de produtividade, principalmente na experiência do cliente.
Como podemos usá-la para que os clientes dediquem cada vez menos tempo em produzir um briefing? Como conseguimos ser cada vez mais assertivos nas entregas e ajudar o cliente a direcionar o pedido que ele está fazendo para a gente? Tem uma série de coisas que dá para a gente trabalhar. Não vemos, de forma alguma, como uma ameaça ou como uma substituição de pessoas.
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