Se a dinâmica das vacinas não permite voltar ao “velho normal”, ao menos há lições valiosas para 2021. Iniciativas como a da ONU para acabar com o ciclo “pânico-depois-esquece” são essenciais. “Esta não será a última pandemia, nem a última emergência global”, afirmou o diretor-geral da OMS Tedros Ghebreyesus. O setor de tecnologia, o poder público, as organizações internacionais e a academia estão olhando para formas de prever – e prevenir – a próxima pandemia.
“Nenhum vírus emerge do nada. Existe todo um processo de transmissão que a gente chama de críptica, que é a transmissão silenciosa, para depois emergir como epidemia”, explica a cientista brasileira Jaqueline Góes. “A vigilância genômica pode trabalhar tanto com vírus epidêmicos, como está sendo o caso do SARS-CoV-2, quanto com vírus endêmicos, como no nosso caso aqui, da dengue, da febre amarela, da Zica. Mesmo que eles diminuam a incidência em alguns períodos do ano, a gente consegue acompanhar e prever a ocorrência de surtos”.
O comércio e consumo de animais selvagens, diretamente ligado à Covid-19, é a parte mais clara do problema, mas não a única. O Global Virome Project vai mapear milhares de vírus em animais com potencial de ameaçar humanos. Essa informação poderia ser compartilhada com laboratórios e companhias farmacêuticas para desenvolver agora os futuros tratamentos. Mas é importante lembrar que parte da solução passa pela proteção ambiental.
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Cada vacina usa uma abordagem ligeiramente diferente para preparar seu sistema imunológico para reconhecer e combater o SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19
Assim como os cientistas, também os economistas acreditam que as restrições impostas para conter a propagação do vírus terão de ser relaxadas gradualmente
Toda a cadeia de produção de vacinas passou por um enorme processo de aceleração – muito maior, provavelmente, do que em outras indústrias
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