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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Quando o algoritmo decide

Motoristas estão processando o Uber na UE por terem sido descadastrados do aplicativo sem que a decisão passasse por um humano

Por João Ortega 29/10/2020

Um dos mantras da Nova Economia é a “decisão baseada em dados”. Isto significa captar, organizar e analisar dados para gerar insights que apoiem decisões de negócios tomadas por humanos. No entanto, com os avanços em Inteligência Artificial, existe uma propensão a transferir a responsabilidade de decisões importantes para os algoritmos. 

Esta prática é perigosa sob o ponto de vista legal em virtude das regulações específicas de dados que controlam a economia digital. É o caso do Uber, que está sendo processado na União Europeia por automatizar a remoção de motoristas da plataforma. O sindicato local afirma que profissionais em Portugal e no Reino Unido foram “falsamente acusados por atividade fraudulenta pelo sistema do Uber e demitidos sem direito à apelação”. 

Não é a primeira vez que demissões realizadas com uso de tecnologia são contestadas. Um documento revela que a Amazon demitiu centenas de funcionários, entre 2017 e 2018, em centros de distribuição somente por conta de uma baixa avaliação de produtividade definida por um algoritmo. A defesa dos profissionais afirma que a decisão não passa por humanos; a Amazon responde que supervisores têm poder para reverter os desligamentos. 

Algoritmos e trabalhadores

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