Foi difícil, teve prorrogação, tensões geopolíticas, mas finalmente aconteceu: pela primeira vez em 30 anos, o Balanço Global da COP28 (Global Stocktake) colocou no papel o que todo mundo sabe há décadas - é urgente transicionar da economia baseada em combustíveis fósseis para uma economia de baixo carbono, alimentada por fontes de energia sustentável.
O balanço global é o resultado central da COP28. Ele deve ser usado como guia pelos 198 países signatários na elaboração dos novos planos nacionais de descarbonização (NDCs). A recomendação é fazer NDCs mais "agressivos", para manter a meta de cortar 43% das emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) até 2030 (comparadas com 2019), e chegar a 2050 com zero emissões, mantendo o aquecimento global abaixo de 1,5 °C.
O problema é que nenhum dos países correu o suficiente. O relatório preparado pela ONU antes da COP28, analisando 195 NDCs, mostra, segundo o Secretário Executivo da ONU para as Alterações Climáticas, Simon Stiell, "que as nações deram apenas pequenos passos" para atingir os objetivos de 2030. Com eles, chegaríamos ao final da década com uma redução de só 2% sobre as emissões de 2019.
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