Nós, humanos, portadores de inteligência natural, adoramos saber o que vem pela frente. Não à toa ciganas, horóscopo, quiromancia, búzios e tarot raramente saem de moda. Trata-se de herança de nossa evolução. Nossos cérebros são máquinas finamente ajustadas para projetar, tanto oportunidades, quanto riscos. Quer fazer sucesso com um contatinho? Declare suas habilidades em futurologia com confiança. Confie em mim; a leitura do artigo dará boa indicação do que nos espera.
É impossível projetar sem olhar para trás. O fio da meada de 2024 passa necessariamente por 2023, ano marcado pela popularização dos modelos Transformers e da IA Generativa (IAGen), assim como pela consequente corrida para sua adoção por organizações de todos os tamanhos e setores. O potencial de alto impacto da tecnologia, rapidamente percebido por lideranças e executivos, levou a hype decorrente de verdadeiro movimento reflexo — a tal da knee jerk reaction. Nesse contexto, e sem exagero, machine e deep learning já são considerados descobertas históricas da humanidade.
Mas à medida que os meses foram passando, tanto as reais capacidades quanto as limitações da IAGen foram ficando mais claras. A empolgação e a apreensão para “não perder o mais novo e promissor bonde tecnológico” foram sendo substituídas gradualmente pela percepção da necessidade de uma freada estratégica. A constatação quanto à necessidade de investimentos relevantes, os imperativos quanto a treinamento, a dificuldade na escolha dos casos de uso mais adequados ou rentáveis, as limitações e erros inerentes aos LLMs e a necessidade de adequação a requisitos éticos e jurídicos, levaram técnicos e executivos a ajustarem suas estratégias. Aos poucos, a IAGen foi se mostrando tão exigente quanto promissora. Igualmente se mostrou mais efetiva no longo prazo do que de imediato.
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