Além do horário: Como as empresas podem mudar a cultura do excesso de trabalho

Daqui até o final do ano temos pouco mais de 70 dias úteis para iniciar e finalizar projetos, medir as entregas, festejar resultados ou destacar as lições aprendidas para acertar a mão no próximo ano. É muita coisa para pouco tempo. Muito provavelmente, uma boa parte dos profissionais vai se encontrar em um momento ou outro, trabalhando mais horas. Mas e quando é "normal" trabalhar muito mais na empresa? Aí temos um problema.

A cultura do excesso de trabalho – que profissionais conhecem como "trabalhar a mais", "trabalhar além" ou "aqui a gente dá o sangue" – sempre acompanhou alguns setores e organizações, em particular. A narrativa padrão de que empregos de alto nível exigem longas horas alimenta esse ciclo prejudicial à saúde. Em alguns setores, como o financeiro ou o de tecnologia, o sucesso está intimamente ligado a longas jornadas de trabalho. As startups se estabeleceram como ambientes abertos e criativos, em que fundadores e colaboradores compartilham a missão de "fazer a ideia decolar", o que acontece muitas vezes às custas de horas e horas trabalhadas. Em setores como o de saúde, a própria natureza exigente do trabalho exacerba o problema do excesso de trabalho.

“A cultura do excesso de trabalho cria uma situação em que as pessoas têm de escolher diariamente entre o trabalho e a vida pessoal”, diz Robin J. Ely, professora de Administração de Negócios na Harvard Business School. Neste vídeo, ela lamenta o que chama de "vício no trabalho", que nada tem a ver com a manutenção da competitividade e muito menos com a postura de alguns lugares em que é comum ouvir "Se você quiser ter sucesso aqui, precisa estar disponível 24 horas por dia, 7 dias por semana".