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Créditos: (Tapan Kumar Choudhury/Unsplash)
INOVAÇÃO

A startup brasileira na corrida pelo peixe cultivado

Com o foco em 4 espécies, a Sustineri Piscis é a primeira foodtech brasileira a produzir pescado cultivado em laboratório

Imagine um futuro em que não será mais preciso pescar para comer peixe. É essa a meta da Sustineri Piscis, a primeira foodtech brasileira a produzir pescado cultivado em laboratório, processo também conhecido como aquicultura celular. A pioneira brasuca é uma das startups mundo afora que querem garantir que o consumidor possa escolher entre uma carne cultivada e outra proveniente do abate animal - sejam bovinos, frutos do mar, suínos ou aves. Por enquanto, a comercialização desse tipo de produto só foi liberada em Cingapura, mas a tendência é que mais países façam o mesmo. A inovação das startups é um ponto crucial para a evolução da fabricação de carne cultivada e sua consequente chegada no prato dos consumidores.

O The Good Food Institute (GFI) classifica a carne cultivada como uma carne animal genuína que é produzida por meio do cultivo direto de células animais. “Quando você fala peixe de laboratório, parece que você está fazendo comida de astronauta e não é isso. Na verdade, é a carne genuína de pescado produzida em laboratório, um local que não passa de uma instalação tecnológica”, reitera o biólogo marinho Marcelo Szpilman, Fundador e CEO da Sustineri Piscis, que também é o idealizador e fundador do Aquário Marinho do Rio de Janeiro (AquaRio). O primeiro hambúrguer de carne cultivada foi revelado pelo cientista holandês Mark Post na televisão em 2013. Desde então, o número de companhias atuando no setor cresceu.

Até o momento, a Sustineri Piscis trabalha com quatro espécies de peixe: garoupa-verdadeira, cherne, robalo e linguado. Todo processo começa com a biópsia de um peixe vivo, com a qual são retiradas as células que serão reproduzidas em laboratório para criar a carne. Então, entra a fase de efetiva produção do pescado por meio de um biorreator, onde as células são desenvolvidas e é alcançada uma massa proteica. O produto pode ser usado como uma espécie de carne moída e aplicado em preparos de empanados e hambúrgueres ou ser transformado em um filé.

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