A Inteligência Artificial (IA) está se consolidando como uma ferramenta poderosa para enfrentar desafios nos mais diversos setores. Das Finanças ao Marketing, passando pela Construção, Petróleo e Gás até a Indústria Farmacêutica, a IA melhora operações e otimiza processos. E, nessa jornada, gera valor ao integrar a segurança cibernética como um pilar fundamental, garantindo que a empresa esteja protegida em um ambiente cada vez mais complexo.
Essa costura entre a integração de IA e tecnologias emergentes para cibersegurança é exatamente o que faz com que uma organização se destaque da concorrência. O relatório “EY Global Cybersecurity Leadership Insights 2023” apontou que uma das principais características das organizações com as funções cibernéticas mais efetivas, conhecidas como “Secure Creators”, é a velocidade com que adotam uma tecnologia emergente na defesa cibernética. De acordo com o estudo, essa velocidade permitiu, em parte, que elas tivessem tempos de detecção e resposta a incidentes cibernéticos pelo menos 50% mais rápidos do que outras organizações. Uma tremenda vantagem.
“Ao analisar rapidamente os dados em escala empresarial, a IA pode detectar automaticamente diferentes assinaturas de ataque e novos métodos de ataque”, aponta o relatório da EY. “Com a arquitetura adequada, a IA pode se conectar às abordagens cibernéticas existentes nos sistemas de TI e TO para detectar incidentes mais rapidamente do que as pessoas sozinhas”.
No ano passado, 62% dos “Secure Creators” já usavam IA e Aprendizado de Máquina (ML). A IA agora faz parte de 59% de todas as patentes cibernéticas e é a principal tecnologia explorada na pesquisa cibernética desde 2017, aponta a EY. Os ganhos de eficiência na defesa cibernética aumentaram de 15% a 40%, conforme a empresa. A Inteligência Artificial, portanto, é uma vantagem.
“A Inteligência Artificial tem uma importância fundamental porque a capacidade que ela tem de aprender e se autotreinar muda a detecção de ataques, o tempo de resposta, a criação de ferramentas e de códigos”, diz Demetrio Carrión, Cybersecurity Leader para a EY América Latina. Por outro lado, complementa, quanto maior o uso de IA dentro da empresa, mais pontos de entrada no sistema e, portanto, aumenta a vulnerabilidade. Por isso, é tão importante treinar as pessoas dentro da empresa para que possam seguir protocolos de segurança.
O estudo da EY aponta que a adoção de tecnologias emergentes, como IA e Machine Learning (ML), aumentou a exposição a novas vulnerabilidades. Os dados mostram que os ataques cibernéticos aumentaram 75% nos últimos cinco anos, com previsões de que os custos relacionados a ransomware possam atingir US$ 265 bilhões até 2031. As organizações que entendem os riscos e os ganhos investem na IA, nos protocolos de segurança e de governança e no nível de prontidão para enfrentar ameaças cibernéticas.
“A implementação de IA deve vir acompanhada de controles cibernéticos adequados, auditorias regulares e um entendimento claro das vulnerabilidades potenciais que surgem com o uso dessas tecnologias”, cita o relatório. “Com uma abordagem equilibrada, a IA se torna um recurso valioso para otimizar processos, proteger a informação e permitir que empresas avancem com segurança na era digital”.
A partir de estudos de casos acompanhados pela EY, é possível entender o tremendo impacto que a IA pode ter sobre os negócios das organizações, aplicada em diferentes desafios, mas sempre alinhando-se às necessidades de segurança, eficiência e inovação nas operações.
No setor bancário, por exemplo, a ANZ Bank utiliza IA para automatizar cerca de 30% de suas respostas a incidentes cibernéticos. Com essa automação, o banco monitora, detecta e responde a eventos e incidentes de segurança em uma escala de mais de 10 bilhões de eventos diários. Esse nível de automação só é possível graças ao aprendizado de máquina, que permite detectar anomalias e padrões em tempo real, agilizando a resposta e reduzindo o volume de trabalho manual dos analistas de segurança.
O setor de cadeia de suprimentos enfrenta um aumento expressivo em vulnerabilidades, especialmente com a introdução da IA. Empresas líderes do setor estão aproveitando a IA para monitorar a cadeia em tempo real e antecipar riscos. Isso inclui desde a previsão de falhas na produção até a análise de vulnerabilidades de segurança. Uma análise da EY revela que 80% dos líderes de cadeias de suprimentos consideram a cibersegurança uma prioridade nas operações de IA, destacando a importância de um monitoramento contínuo para proteger as cadeias de fornecimento conectadas digitalmente.
No setor automotivo, a IA é essencial para os sistemas de veículos autônomos, responsáveis por analisar o ambiente ao redor e tomar decisões em tempo real. No entanto, essa integração traz desafios complexos de segurança cibernética. Empresas estão adotando sistemas de IA para a detecção de intrusões nos veículos, monitorando o comportamento em busca de anomalias que possam indicar ataques. Esse tipo de segurança “onboard” é vital para proteger tanto a integridade dos sistemas do veículo quanto a segurança dos passageiros.
Empresas que gerenciam um grande número de contratos comerciais e legais podem se beneficiar de ferramentas de IA Generativa, que auxiliam desde a análise até a validação de dados-chave nos contratos. Essas soluções automatizam o processo de revisão e destacam possíveis riscos, ajudando as equipes a tomar decisões informadas com mais rapidez. Esse tipo de análise permite identificar oportunidades e riscos escondidos em documentos complexos, oferecendo insights valiosos para a estratégia e segurança do negócio.
Setores altamente regulados, como o automotivo e o de óleo e gás, têm utilizado IA para manter conformidade com normas rigorosas, como o EU AI Act. Esses setores estão realizando avaliações de prontidão para regulamentações, onde a IA analisa políticas, estrutura de governança e práticas de treinamento, garantindo que as operações sigam padrões éticos e de segurança. Essa abordagem de IA não só reduz os riscos de conformidade, mas também reforça a confiança entre as partes interessadas, ao tornar o uso da tecnologia transparente e seguro.
Empresas que enfrentam uma grande quantidade de alertas de segurança estão recorrendo à IA para processar e categorizar ameaças de maneira mais eficaz. Em um exemplo específico, a EY trabalhou com um cliente para implementar IA em seu SOC, aumentando a velocidade de resposta a incidentes em mais de 50%. Com IA, é possível analisar grandes volumes de dados e identificar ameaças complexas de forma mais rápida, enquanto os analistas focam em decisões estratégicas e críticas. Essa automação também permite um monitoramento proativo, prevenindo ataques antes que causem danos significativos.
No setor de telecomunicações, as empresas enfrentam um aumento de demanda em seus serviços de atendimento. A IA, com soluções de assistentes generativos e agentes de IA, ajuda a reduzir o tempo de resolução de casos, ao fornecer insights em tempo real e ações sugeridas para os atendentes. Essa integração melhora a qualidade do atendimento ao cliente e aumenta a eficiência operacional, ao mesmo tempo que protege dados sensíveis durante as interações com os usuários.
SOBRE ESTE CONTEÚDO: A série Ciberinteligência é um projeto conjunto da divisão de cibersegurança da EY em parceria com a The Shift. Com atuação em Assurance, Consulting, Strategy, Tax e Transactions, a EY existe para construir um mundo de negócios melhor, ajudando a criar valor no longo prazo para seus clientes, pessoas e sociedade e gerando confiança nos mercados de capitais. Tendo dados e tecnologia como viabilizadores, equipes diversas da EY em mais de 150 países contribuem para o crescimento, transformação e operação de seus clientes. Saiba mais sobre como geramos valor as empresas por meio da tecnologia.
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Para colher os melhores resultados, as organizações devem equilibrar a automação com o controle humano, especialmente em áreas em que o julgamento e a experiência são críticos
A Inteligência Artificial e a IA Generativa devem compor o eixo que sustenta a estratégia de cibersegurança das companhias que buscam vantagem competitiva e gerar valor
As organizações definidas como "Secure Creators" contam com funções cibernéticas altamente eficazes. São as primeiras a adotar tecnologias com novas abordagens pensando em seu crescimento
A Inteligência Artificial está se tornando uma facilitadora para a segurança cibernética nas empresas, como aponta o relatório da EY
Os líderes cibernéticos e de privacidade devem agir agora para enfrentar os desafios de segurança mais urgentes da atualidade
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