Entenda como transformar um ecossistema disperso em uma rede integrada de valor para os negócios com uma abordagem de governança sólida (Crédito: Freepik)
Nos últimos três anos, as organizações entraram em um ritmo crescente de mudanças que trouxe, por um lado, mais tecnologia e conhecimento e, por outro, um ambiente muito mais complexo para fazer a gestão do negócio. Complexidade pode se traduzir em riscos de segurança e desempenho. Quanto mais camadas de diferentes softwares e plataformas de integração, mais difícil é fazer a governança de TI e atender os requisitos de negócio. E mais urgente a necessidade de estruturar um ecossistema que proteja o ERP ao minimizar alterações no seu core ao mesmo tempo em que se investe em aplicações especializadas para a diferenciação do seu negócio. Para aqueles que usam o ERP da SAP, o conceito é o: SAP Surrounding.
“Toda empresa que roda aplicativos da SAP já trabalha com SAP Surrounding, mas pode não reconhecer esse ecossistema como uma camada coesa. O desafio é enxergar essas integrações de forma conectada e não tão fragmentada”, afirma Luiz Covo, sócio de Technology Consulting e líder de Digital Engineering na EY. Para ele, qualquer empresa que esteja considerando o Surrounding precisa ter clareza de sua estratégia, maturidade em relação aos sistemas e “amparar essa discussão em um framework de arquitetura corporativa”.
Para garantir que o ERP seja bem implementado e integrado, as empresas devem estar conscientes de suas decisões de customização fora do core do SAP, quais ferramentas e soluções fazem o meio de campo e as implicações dessas escolhas no curto, médio e longo prazo.
“Essas são discussões também técnicas e que precisam ter um olhar de arquitetura corporativa, para decidir dentro do que já foi desenvolvido e do ecossistema, estrutura de cloud, arquitetura de integrações e, consequentemente, qual caminho faz mais sentido”, explica Covo. “As decisões precisam obedecer a uma lógica de priorização do negócio, daquilo que vai trazer mais valor para cada empresa”.
A seguir, exploramos o que é o SAP Surrounding, quais os benefícios de basear a implementação na estratégia da companhia, os desafios e como estruturar de modo eficiente.
O SAP Surrounding refere-se ao ecossistema de soluções e ferramentas que se complementam e integram com o sistema SAP, ampliando suas funcionalidades sem comprometer o núcleo (core) do sistema. Esse ecossistema inclui uma variedade de aplicativos, serviços e tecnologias que trabalham em conjunto com o SAP para melhorar e estender suas funcionalidades principais.
Extensões e Customizações. Customizações específicas para atender às necessidades de negócios. Isso pode incluir desenvolvimento de relatórios personalizados, criação de novos processos de negócios, ou modificação de funcionalidades existentes.
Soluções de Analytics e IA Generativa. Ferramentas de BI, análise de dados e IA Generativa que se integram com o SAP para fornecer insights avançados e suporte à tomada de decisões.
Sistemas Legados e Soluções Customizadas. Soluções de terceiros que se integram com o SAP para adicionar funcionalidades específicas que não são cobertas pelos módulos padrão do SAP.
Ferramentas de Automação e Robótica. Soluções de automação de processos robóticos (RPA) e outras ferramentas de automação que ajudam a automatizar tarefas repetitivas, melhorar a eficiência operacional e a experiência do usuário.
Plataformas de Integração. Ferramentas e plataformas que facilitam a integração entre o SAP e outros sistemas, como middleware, APIs, e serviços de integração em nuvem.
O principal objetivo desse ecossistema é proporcionar maior flexibilidade para a empresa, permitindo customizações e novas funcionalidades sem comprometer o clean core do SAP – conceito que preza pela mínima customização dentro do sistema principal.
De acordo com Luiz Covo, da EY, um dos principais desafios que as empresas enfrentam ao lidar com o SAP Surrounding é a falta de governança. “Sem uma visão clara, a empresa pode tomar diversas decisões isoladas, o que, ao longo do tempo, geram um cenário caótico de sistemas desconectados e difícil governança”, explica.
Ao estruturar uma estratégia eficaz de SAP Surrounding, as empresas podem obter os seguintes benefícios:
1. Melhor governança e integração. Um ecossistema bem planejado evita a fragmentação e garante que todas as soluções funcionem de forma coesa. Isso reduz a necessidade de retrabalho e facilita a gestão de TI.
2. Redução de custos. A falta de planejamento com os conceitos de SAP Surrounding pode aumentar os custos de manutenção e integração. Como destaca Luiz Covo: “A empresa já gasta dinheiro com essa camada de aplicações, a questão é como ela faz isso. Fazer um Surrounding sem planejamento custa mais caro”.
3. Maior flexibilidade e adaptação. O SAP Surrounding permite que empresas adicionem novas funcionalidades rapidamente, sem comprometer o núcleo do ERP. Isso é essencial diante da aceleração das mudanças tecnológicas e das exigências do mercado.
4. Melhor experiência do usuário. Ao integrar soluções mais intuitivas e modernas ao SAP, as empresas melhoram a usabilidade e eficiência operacional. Isso pode incluir interfaces mais amigáveis, automação de processos e personalização de fluxos de trabalho.
Para garantir que a empresa aproveite ao máximo o SAP Surrounding, é essencial seguir um roadmap estratégico. Algumas etapas fundamentais incluem:
1. Avaliação da Maturidade Digital. A EY desenvolveu um Maturity Assessment, uma ferramenta que mede diversos aspectos da arquitetura corporativa e integração de sistemas. “O primeiro passo é um assessment completo, que ajuda a empresa a identificar desafios e oportunidades”, explica Covo.
2. Definição de um Modelo de Governança. Criar um framework de governança ajuda a garantir que as decisões sobre novas integrações sejam estratégicas e não apenas reativas ou isoladas.
3. Priorização baseada em Valor para o Negócio. Cada integração deve ser avaliada com base no impacto para o negócio. Como Covo ressalta, “Não é apenas uma decisão técnica ou financeira, mas também sobre o valor que a solução agrega à empresa”.
4. Implementação Gradual e Adaptação Contínua. O SAP Surrounding não é um projeto com fim definido – ele precisa ser atualizado constantemente para acompanhar as novas tendências tecnológicas.
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