Se quem controla a infraestrutura controla a IA, o Brasil tem um caminho imperativo a seguir: construir modelos fundacionais próprios, executados em data centers sustentáveis, com dados e inferências processados dentro do território nacional. O movimento ecoa uma tendência mais ampla, mapeada pela revista Nature: laboratórios do Sul Global priorizam soberania digital e cultural em seus projetos de inteligência artificial.
Hoje, mais de 60% dos dados brasileiros ainda são armazenados fora do país, segundo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apesar da abundância de fontes renováveis de energia locais. Essa contradição pressiona governos e empresas a repensarem infraestrutura crítica: sem data centers nacionais robustos e modelos próprios, o país permanece dependente de rota, custo e decisões tomadas no hemisfério norte.
O Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBI) já cravou a diretriz: “Não desejamos simplesmente importar soluções; queremos desenvolvê-las aqui, por brasileiros e para brasileiros, considerando nossas particularidades sociais, culturais e econômicas.”
Duas empresas despontam como exemplos dessa estratégia: a WideLabs, voltada para IA em setores regulados, e a Ascenty, provedora de data centers de grande porte na América Latina.
A WideLabs nasceu em 2020, mirando governos e setores regulados. Em 30 de julho de 2024 — no mesmo dia do lançamento do PBI — lançou o Amazônia IA, modelo fundacional treinado para entender língua, sotaques e referências culturais brasileiras. “O modelo entende cultura, língua e sotaques brasileiros. Isso gera eficiência e representatividade”, afirma o CEO Nelson Leoni.
A Ascenty soma 28 data centers no Brasil e mais unidades em Chile, México e Colômbia. Desde 2020, opera com 100% de energia renovável e neutraliza suas emissões de carbono. “Investimos em certificações que vão da segurança física até a gestão do dado, como ISO 14001, 50001 e 27701. Queremos entregar eficiência e confiança”, diz o COO Rodrigo Radaieski.
Durante webinar da The Shift, Leoni foi direto: “Dependência tecnológica significa aceitar que um botão no exterior pode desligar serviços críticos de um país. Nosso modelo é processado aqui, sob controle local.”
Radaieski reforçou: “A Ascenty garante que dados governamentais e corporativos sejam armazenados e processados dentro do país, com certificações internacionais como ISO 27001 e PCI DSS.”
A mensagem é clara: soberania e sustentabilidade não são tendências, mas responsabilidades estratégicas.
Confira o que diferencia os modelos da WideLabs e os motivo da escolha pela infraestrutura oferecida pela Ascenty no artigo completo da série “IA Sustentável”, uma parceria de conteúdo da Ascenty e The Shift. E, em detalhes, no webinar abaixo.
A WideLabs já opera 17 modelos fundacionais, com foco em governos e setores regulados. O Guará, voltado para speech-to-text em português e espanhol, e o Sana, para diagnósticos médicos com linguagem coloquial, mostram que inclusão linguística é inclusão social.
“IA neutra não existe. Ou ela incorpora vozes locais, ou reproduz vieses do hemisfério norte”, defende Nelson Leoni, CEO da WideLabs.
No Ministério Público do RS, a multiagente Vera acolhe vítimas de violência doméstica e conecta cidadãos a serviços públicos. A personalização vai de gírias regionais a tradução do juridiquês para linguagem acessível — ajustes que, segundo a WideLabs, definem a eficácia real dos sistemas de IA.
Entre as principais características que diferenciam a plataforma Amazônia IA, desenvolvida pela WideLabs, de modelos de linguagem genéricos estão:
“A Ascenty é uma parceira estratégica que nos permite executar tudo isso com confiabilidade”, diz Leoni. O diferencial é técnico, mas com impacto direto no ROI: baixa latência, custos previsíveis e uma trilha auditável de sustentabilidade — fatores que já começam a influenciar contratos governamentais e decisões de compliance.
Sustentabilidade e a segurança estão presentes através das seguintes medidas:
Sustentabilidade Energética:
Segurança:
A corrida global pela inteligência artificial não se resume a algoritmos sofisticados. Ela depende, sobretudo, de infraestrutura crítica: energia limpa, data centers robustos e modelos fundacionais capazes de refletir cultura e língua locais. No Brasil, iniciativas como a parceria entre a WideLabs e a Ascenty mostram que soberania digital e sustentabilidade já não são apenas aspirações — são requisitos estratégicos para garantir autonomia tecnológica.
O país tem energia limpa, escala e talento técnico. O desafio é transformar esses ativos em infraestrutura soberana e sustentável de IA. Sem isso, o país continuará sendo consumidor — e não protagonista — na revolução tecnológica que redefine poder e competitividade globais.
A WideLabs negocia contratos em quatro países latino-americanos ainda em 2025. A Ascenty amplia presença no Chile, reforçando conectividade regional.
“O diferencial é técnico, mas com impacto direto no ROI: baixa latência, custos previsíveis e uma trilha auditável de sustentabilidade”, resume Leoni. Fatores que já começam a influenciar contratos governamentais e decisões de compliance.
Por que ter a infraestrutura de dados localizada estrategicamente no território brasileiro é fundamental para alcançar a soberania digital.
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Sem a conectividade adequada, o potencial da IA é desperdiçado.
Rede própria de fibra óptica assegura desempenho, escalabilidade e segurança, fortalecendo a competitividade de data centers no ecossistema de IA.
Data Centers exigem abordagens fundamentalmente diferentes para redes, resfriamento e distribuição de energia para lidar com as cargas de trabalho de IA
Requisitos de confiabilidade e redução de consumo de energia completam o rol de necessidades de data centers escaláveis, indispensáveis para a IA.
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