s
Obra de Carla Tennenbaum, realizada com sobras de EVA. FOTO: Guilherme de Franco/Divulgação
SUSTENTABILIDADE

Economia circular ganha novo fôlego

Apesar de ter sido oficializada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, a Economia Circular praticada no Brasil sofre com entraves, desmobilização e falta de integração entre seus agentes. Porém novos instrumentos legais e corporativos prometem aquecer e consolidar o setor em 2023.

Por Rosane Serro 19/12/2022

O que falta para a persistente indústria brasileira de reciclagem deslanchar? Uma política pública integrada, certamente. O mapeamento global dos agentes atuantes neste mercado. Mais confiabilidade dos dados. Rastreabilidade. E instrumentos legais que tanto incentivem o empreendedorismo no setor quanto coíbam ações que fujam do interesse público. A boa notícia é que uma série de iniciativas convergentes podem mudar o atual cenário de movimentos pulverizados.

Um projeto de lei que implanta o Programa Federal de Pagamento por Serviços Ambientais (PFPSA), que endossa as atividades das cooperativas e associações de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, a proposta para a criação de uma Secretaria Nacional de Reciclagem dentro do Ministério do Meio Ambiente e até a criação de um app interativo que mapeia nacionalmente todos os agentes da cadeia produtiva e a tokenização dos produtos reciclados estão em pauta.

Uma conta que não fecha

 No ano de 2022, o Brasil coletou um total de 76,1 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU), mas produziu 81,8 milhões de toneladas – o que significa que o país não é totalmente coberto pela coleta, transporte, a destinação final e os serviços gerais de limpeza urbana. Os dados são do “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2022”, o mais atual raios-X sobre a gestão nacional de resíduos produzido pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE).

Em tal cenário, a economia circular também não exibe resultados estimulantes: no Brasil, a maioria dos RSU coletados (61%) continua sendo encaminhada para aterros sanitários. Em 2022, das 81,8 milhões de toneladas de resíduos produzidas, somente 46,4 milhões de toneladas foram enviadas para destinação ambientalmente adequada. As informações foram obtidas junto a fontes primárias, pesquisas diretas com os diversos setores e bases oficiais como o IBGE e o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Este é um conteúdo exclusivo para assinantes.

Cadastre-se grátis para ler agora
e acesse 5 conteúdos por mês.

É assinante ou já tem senha? Faça login. Já recebe a newsletter? Ative seu acesso.

Caímos no Índice do Futuro Verde

Sustentabilidade

Caímos no Índice do Futuro Verde

Da 34ª posição para a 38ª. Mas todos, até mesmo as dez nações consideradas líderes verdes, precisam fazer mais

Cogumelado: funghi-based é outra alternativa para a carne

Startups

Cogumelado: funghi-based é outra alternativa para a carne

Com produtos enlatados, hambúrguer e linguiça de cogumelo, a foodtech Cogumelado quer trazer uma boa experiência para quem busca comer menos carne.

Um planeta sob nova direção

Tendências

Um planeta sob nova direção

Homem e natureza são parte do mesmo sistema interconectado. Se um destrói o outro, sucumbirá em seguida. Com esta certeza, universidades, ONGs e empresas privadas estão se unindo para criar centros de conhecimento de Desenvolvimento Reg...

Todo poder ao hidrogênio verde

Sustentabilidade

Todo poder ao hidrogênio verde

O hidrogênio verde é elemento central da transição energética rumo à meta de emissões líquidas zero em 2050 e há um boom de registros de patentes relacionados para as formas de produção, armazenamento e distribuição. A concorr�...

Economia circular ganha novo fôlego

Sustentabilidade

Economia circular ganha novo fôlego

Apesar de ter sido oficializada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, a Economia Circular praticada no Brasil sofre com entraves, desmobilização e falta de integração entre seus agentes. Porém novos instrumento...

2023: o ano em que o ESG será prioridade

Sustentabilidade

2023: o ano em que o ESG será prioridade

Os líderes ESG podem se preparar porque, no ano que vem, finalmente, a governança ambiental e social será alçada ao papel de protagonista dos negócios. Porém, o salto para a realidade sustentável implicará em um gerenciamento muito...