O quiet quitting e a Great Resignation seguem fazendo um estrago maior do que as empresas poderiam prever. Depois das duas grandes ventanias e da fase conhecida como “Grande Attrition” ou o Grande Desgaste, na qual as corporações passaram a ter enormes dificuldades de contratação, pesquisa da McKinsey & Company mostra que elas resolveram transformar o atrito em negociação. Afinal, ainda que os empregadores lutem para preencher as vagas perdidas pelas demissões, a taxa de desistência voluntária está 25% maior do que antes da pandemia.
Só nos Estados Unidos, por exemplo, no mês de maio, havia 11,3 milhões de postos abertos, quando, há um ano, esse total somava dois milhões a menos. No descompasso entre oferta e demanda de empregos, as empresas continuam oferecendo os mecanismos tradicionais de retenção, como plano de carreira, títulos e bônus. Mas eles não conversam mais com os trabalhadores da atualidade. Portanto, é hora de se adotar uma abordagem multifacetada para atrair e reter os talentos.
Até porque no território — agora tectônico — da gestão de recursos humanos, mais placas estão se movimentando, segundo o Instituto de Pesquisa. E elas trazem demandas cada vez mais variadas e complexas. Vejam só:
- Reembaralhamento — Os profissionais estão se demitindo e indo para diferentes setores em outros empregadores. Algumas indústrias estão perdendo talentos desproporcionalmente, outras estão lutando para atrair talentos e algumas estão lutando com ambos.
- Reinvenção — Funcionários estão deixando empregos tradicionais para trabalhos não tradicionais. Seja para funções temporárias, gigs, part time ou iniciando negócios próprios. E ainda há os que se demitiram sem perspectivas concretas de contratação. E o problema é que eles não estão voltando ao mercado de trabalho por conta própria. De acordo com a McKinsey, quando o fazem, apenas 29% retornam ao emprego tradicional em tempo integral.
- Reavaliação — O deslocamento de talentos ainda envolve os profissionais que não estão se desligando para novas posições e sim por exigências pessoais, como cuidar de crianças, idosos ou de si mesmas. Elas podem ter saído completamente do mercado de trabalho, agravando ainda mais a crise de profissionais disponíveis.
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