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O e-commerce brasileiro deve movimentar R$ 13,34 bilhões na Black Friday de 2025, segundo a Associação Brasileira de Inteligência Artificial e E-commerce (Abiacom). O valor representa um crescimento de quase 15% em relação a 2024 — e também um aumento proporcional do risco. A cada nova edição, a Black Friday expõe, de forma brutal, quem se preparou e quem apenas torceu para que tudo funcionasse.

Na madrugada em que tudo está em jogo, resiliência digital não é diferencial — é sobrevivência. Em 2024, o varejo brasileiro perdeu cerca de R$ 120 milhões em vendas por instabilidades e lentidão em sites, segundo a ClearSale. O problema é que muitas empresas ainda não projetam sua infraestrutura para suportar a pressão.

“Primeiro, é preciso estudar o próprio ambiente e entender como ele se comporta. Depois, planejar as capacidades necessárias e buscar parceiros que cresçam com o negócio”, explica João Walter Bio Razori da Silva, diretor de Produtos e Estratégias de Edge da Ascenty. O desafio, diz ele, é transformar infraestrutura em vantagem competitiva.

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Infraestrutura escalável, conectividade estável e processamento ágil formam o tripé do comércio eletrônico em dias de picos de tráfego. Quando um desses pilares falha, a experiência quebra: o clique não carrega, o carrinho não fecha, e a confiança evapora em segundos. Em eventos como a Black Friday, qualquer minuto de instabilidade pode significar milhares de transações perdidas.

Resiliência não é somente um conceito técnico — é uma questão de arquitetura. Data centers prontos para picos combinam redundância (N+1, 2N ou geográfica), automação de failover, monitoramento em tempo real e testes regulares de contingência. Mesmo diante de falhas críticas, o ambiente se mantém operacional — invisível ao consumidor, vital para o negócio.

Durante períodos de alta demanda, cada segundo conta. “Os serviços web, bancos de dados e segurança precisam estar prontos para o aumento de tráfego. Ninguém quer perder vendas por indisponibilidade”, reforça Razori da Silva.

Ao mesmo tempo, o uso de IA tem se tornado parte essencial das operações do varejo — personalizando ofertas, prevendo demanda e otimizando campanhas. Mas, para que essa inteligência funcione, a base precisa estar estável. E é aí que entram os parceiros de infraestrutura — data centers e provedores de nuvem capazes de garantir elasticidade, previsibilidade e suporte proativo.

Planejar expansão de capacidade com antecedência separa as empresas que performam das que apenas sobrevivem.

Ambientes de colocation permitem expansão física sob demanda — mais racks, energia e conectividade — sem o custo de uma estrutura própria. Já a nuvem pública entrega elasticidade imediata, ideal para volumes imprevisíveis. Na prática, a combinação dos dois é o modelo mais eficiente: cargas críticas no colocation; picos e campanhas na nuvem.

O dilema entre colocation e cloud é, na verdade, complementar. Um oferece controle e previsibilidade; o outro, agilidade e escala. O varejo digital de alta performance precisa dos dois. O colocation garante latência reduzida, redundância elétrica e segurança física; a nuvem pública responde às variações de tráfego e reduz o tempo de provisionamento. A equação ideal é híbrida — com o melhor de cada ambiente, orquestrado por automação e conectividade.

A conectividade, aliás, é o principal poder de uma operação digital. Data centers interconectados por fibra óptica equilibram cargas, escalonam banda e garantem comunicação entre sites com baixa latência — crucial em campanhas massivas e gateways de pagamento, onde cada milissegundo importa. “É possível conectar-se a nuvens públicas em qualquer parte do mundo, com SLA diferenciado e alta disponibilidade”, afirma Razori da Silva. Essa arquitetura distribuída dá aos e-commerces a confiança de que, mesmo no pico máximo de acessos, tudo continuará funcionando.

Nada disso, porém, se sustenta sem SLAs bem desenhados. Contratos genéricos prometem disponibilidade; contratos maduros a medem e penalizam o descumprimento. As métricas críticas são claras: uptime mínimo de 99,99%, tempo médio de reparo abaixo de 30 minutos e latência máxima de 100 milissegundos, com penalidades automáticas em caso de falhas. Transparência é indispensável, com dashboards e relatórios em tempo real — especialmente durante janelas críticas.

A operação apoiada por IA tornou-se parte central dessa nova geração de data centers. Sistemas inteligentes monitoram milhares de variáveis — temperatura, energia, tráfego de rede, uso de CPU — e antecipam anomalias antes que se tornem falhas. Assim, as equipes passam a atuar de forma preditiva, reduzindo tempos de resposta e consumo energético. Em ambientes críticos, essa inteligência garante não somente eficiência, mas resiliência sustentada por dados.

A verdadeira resiliência, porém, é também cultural. Ela depende de testes, simulações e planos de contingência ativos — de uma cultura de prevenção, não de reação. As empresas que ensaiam a crise antes que ela aconteça são as que permanecem ativas quando a concorrência sai do ar.

A Black Friday é o maior teste de estresse da infraestrutura digital brasileira — e o espelho da maturidade tecnológica do país. As empresas que tratam resiliência e escalabilidade como parte da estratégia, e não como custo técnico, não apenas vendem mais: vendem com confiança.

No fim, resiliência é continuar operando quando todos os outros ainda tentam voltar ao ar. É o que separa quem participa da Black Friday de quem realmente a domina — e é esse tipo de vantagem que os data centers da Ascenty se propõem a garantir.