Cada vez que pedimos ao Claude para ajudar a escrever um post de blog ou usamos o ChatGPT para depurar um trecho de código, estamos causando um impacto ambiental que raramente consideramos. Embora esses assistentes de IA pareçam perfeitos e instantâneos, por trás de cada resposta existe uma rede complexa de data centers, servidores e unidades de processamento – todos consumindo energia por meio da computação.
As avaliações e divulgações de sustentabilidade para sistemas de Inteligência Artificial continuam complexas devido aos métodos existentes que não levam totalmente em conta os impactos ambientais holísticos da cadeia de suprimentos de IA. De que maneiras práticas as organizações podem integrar a sustentabilidade em suas estratégias de desenvolvimento e implantação de IA para mitigar os impactos ambientais? E como medir a efetividade das ações?
O primeiro passo é definir os limites do ciclo completo das emissões de carbono da IA. O padrão Software Carbon Intensity (SCI) nos ajuda a quantificar o impacto ambiental total de LLMs como GPT-4 ou o Claude, desde a fabricação do hardware até a operação e o fim da vida útil. Ele soma as emissões incorporadas às emissões operacionais e, em seguida, normaliza por um fator de escala (número de chamadas de API, número de usuários, etc). No entanto, na prática, pode ser bastante trabalhoso de implementar. Em parte, porque diferentes partes de um software terão SCIs muito diferentes.
Outra providência é medir a pegada hídrica, desde a geração da eletricidade necessária para executar os modelos até a manutenção dos servidores na temperatura ideal. O que inclui consumo direto de água de resfriamento, uso indireto de água na geração de eletricidade e níveis regionais de estresse hídrico de onde os data centers estão localizados.
E, não menos importante, medir o consumo de energia do treinamento e da execução dos modelos de IA. O que passa pela eficiência energética dos data centers, como temos abordado aqui.
Embora marcos legislativos estejam começando a ser estabelecidos para integrar considerações de sustentabilidade à forma como a IA é desenvolvida, operada e utilizada, ainda existem lacunas significativas que questionam até que ponto as organizações podem cumprir esses padrões na prática. Essa incerteza é especialmente pronunciada nos métodos disponíveis para mensurar o impacto ambiental da IA. Faltam métricas padronizadas e diretrizes claras.
Durante a Cúpula de Ação da IA, a Coalition for Sustainable AI lançou um documento de posicionamento sobre os principais desafios atuais para promover o desempenho ambiental e reduzir o impacto ambiental da IA. Mais de 70 especialistas participaram das sessões de consulta, possibilitando o cruzamento de perspectivas variadas e o confronto entre as diferentes visões técnicas e sociais da IA e seu impacto no meio ambiente. Vale ler. O documento pede a melhoria dos métodos de avaliação de impacto ambiental, graças a melhores dados e indicadores de monitoramento.
Já o iMasons Climate Accord está trabalhando em uma iniciativa para a adoção em todo o setor de um padrão aberto para relatar o carbono na energia, nos materiais e nos equipamentos do data center. Em um esforço para reduzir ainda mais a pegada de carbono do setor de data center, a coalizão, composta por representantes da AWS, Google, Meta, Microsoft, entre outras empresas, lançou uma carta aberta pedindo maior transparência nas emissões do Escopo 3 em toda a cadeia de suprimentos.
“Desde 2020, a Ascenty é uma empresa carbono zero, então a gente compensa os três escopos do carbono utilizado”, comenta Rodrigo Radaieski, COO da Ascenty. “Reconhecemos a importância do Escopo 3 na análise das emissões de gases de efeito estufa (GEE)”. O escopo 3 contempla as emissões indiretas sem controle da empresa. “Na realidade, estamos diante de um movimento global que reforça a necessidade de as marcas repensarem seus processos com foco na implementação de cadeias de valor cada vez mais eficientes e sustentáveis”, completa.
Reforçando seu compromisso em neutralizar suas emissões de carbono, a Ascenty possui o selo Carbono Zero. A empresa realiza ações estratégicas para mensurar, reduzir e compensar suas emissões, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. “Nos últimos anos, aprimoramos continuamente nossas práticas ambientais, sociais e de governança, refletindo diretamente em nossa evolução na EcoVadis, uma das mais reconhecidas avaliações globais de sustentabilidade empresarial”, explica Radaieski.
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Para reduzir sua pegada ambiental data centers estão migrando para o consumo zero de água, reciclando e-lixo e implementando sistemas de resfriamento otimizados por IA
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