Em um mundo em constante mudança, em que a Inteligência Artificial (IA) e a IA Generativa estão sendo integradas a processos e operações dentro das organizações, faz todo sentido que essas tecnologias estejam presentes na estratégia de segurança cibernética. Aliás, mais do que presentes: IA e IA Generativa devem compor o eixo que sustenta a estratégia de cibersegurança das companhias que buscam valor.
Nas principais organizações, especialmente entre aquelas que se encaixam na definição de Secure Creators, com funções cibernéticas altamente eficazes, a IA e a IA Generativa trazem vantagens significativas. Para começar, os profissionais de segurança cibernética se valem da precisão e da eficiência da IA para fazer mais com o mesmo: a IA permite ganhos de eficiência com os mesmos ou menos recursos, abrindo oportunidades de vantagem competitiva e endereçar as preocupações da área financeira.
“É impensável uma organização que hoje não dependa de tecnologia para existir, seja pequena ou uma grande empresa. A mesma coisa quando você fala em segurança da informação”, diz Demetrio Carrión, Cybersecurity Leader para a EY América Latina. Segundo ele, a IA aplicada à cibersegurança permite que um negócio possa avançar mais rapidamente, sem “apagar incêndios” a todo momento. A organização adota uma postura mais estratégica, em que não apenas responde a incidentes, como passa a prever e se preparar para lidar com eventos. “Uma organização que se estrutura dessa maneira é mais resiliente, diminuindo a probabilidade de ocorrer um ataque bem sucedido ou diminuindo o seu impacto”, explica.
Análises da EY a partir dos dados levantados no estudo “2023 EY Global Cybersecurity Leadership Insights Study“ apontam para ganhos de eficiência com o uso da IA em cibersegurança na ordem de 15% a 40%. Esses ganhos podem se traduzir em agilidade para aproveitar oportunidades de mercado e apoiar a empresa na captura de valor. Para atingir esse índice máximo de ganhos, porém, os Chief Information Security Officers (CISOs) precisam reduzir a complexidade e consolidação da infraestrutura cibernética legada. Em outras palavras, arrumar as estruturas da casa para aproveitar amplamente os ganhos que as novas tecnologias trazem.
Dentro do time de cibersegurança, a IA tem o potencial de aliviar as cargas de trabalho e compensar a escassez de habilidades. Ao ampliar o escopo da automação, incluindo uma série de tarefas, os profissionais ficam livres para pensar em como melhorar o que está funcionando, testar novas hipóteses e, principalmente, se preparar para possíveis ataques.
No universo da segurança cibernética, é um fato dado que os ataques vão acontecer. Nos últimos cinco anos, os ataques cibernéticos conhecidos aumentaram perto de 75%, e a previsão é que os custos com ransomware cheguem a US$ 265 bilhões até 2031. O uso da IA Generativa em todas as funções de negócios está abrindo novas vulnerabilidades que as organizações devem estar prontas para abordar. As empresas melhor preparadas, os Secure Creators, integram a IA em seus processos de detecção, resposta e recuperação de novas maneiras.
O estudo da EY mostrou que 62% dos Secure Creators estão usando IA ou se encontram nos estágios finais de adoção da IA e/ou do Aprendizado de Máquina (Machine Learning ou ML), em comparação com 45% das outras companhias. A velocidade com que essas empresas adotam tecnologias emergentes para sua segurança permitiu, em parte, que tivessem tempos de detecção e resposta a incidentes cibernéticos mais de 50% mais rápidos do que outras organizações. Estamos falando de uma economia acima de 150 dias, em média, na detecção e resposta a uma violação de dados, segundo o estudo. Ao construir a arquitetura adequada, é possível otimizar a visibilidade em toda a superfície de ataque e tomar a dianteira dos hackers.
“A IA tem uma importância fundamental hoje porque diante da quantidade de informações que temos, e a combinação dessas informações, nós somos incapazes de lidar com esse volume sem ter essa ferramenta”, diz Demetrio Carrión, da EY. Mesmo com bancos de dados e sistemas de armazenamento, a IA permite entender o que existe por trás daquelas informações. “Com a Inteligência Artificial, conseguimos não apenas captar informações, mas interpretar com uma velocidade que torna a nossa tomada de decisão muito mais ágil”, conclui.
“A IA olha para o passado, cria modelos e aprende com eles. Ela continua aprendendo, verificando e se adaptando de maneira muito rápida. Esse autotreinamento muda tudo na detecção de ataques”, afirma.
A IA pode detectar automaticamente diferentes assinaturas e novos métodos de ataque, conectando-se às abordagens em vigor nos sistemas de TI e TO para detectar incidentes. Além disso, a capacidade de autotreinamento e aprendizado ajudam as equipes de cibersegurança a detectar e a prever ameaças quase em tempo real. Uma análise da EY com estudos de pesquisa aponta uma precisão média acima de 92% na detecção de spam, malware e invasões de rede.
Pensando nas vantagens práticas para empresas que ainda consideram sistemas de segurança cibernética baseados em IA, Carrión cita como exemplo as empresas com uma extensa documentação em políticas e procedimentos. Ao processar as informações em uma ferramenta de IA, torna-se possível extrair possíveis contradições entre normativos, o que ele chama de “zonas cinzentas” ou áreas que não foram cobertas por tais normativos. “É uma questão de tempo para a empresa, que pode ser resolvida com um chatbot para tirar dúvidas do pessoal sobre compras, recibos, fornecedores, seguros, até mesmo segurança da informação”, cita o executivo.
“Essa capacidade de interação e integração da IA com o ser humano, aliada a sua capacidade de processamento e aprendizado, são vantagens fundamentais trazidas pela Inteligência Artificial. E para cada ponto de entrada, a equipe de segurança cibernética tem que ter uma resposta, que também vai passar pela integração da IA em uma estratégia que abarca todo o ecossistema”.
SOBRE ESTE CONTEÚDO
A série Ciberinteligência é um projeto conjunto da divisão de cibersegurança da EY em parceria com a The Shift. Com atuação em Assurance, Consulting, Strategy, Tax e Transactions, a EY existe para construir um mundo de negócios melhor, ajudando a criar valor no longo prazo para seus clientes, pessoas e sociedade e gerando confiança nos mercados de capitais. Tendo dados e tecnologia como viabilizadores, equipes diversas da EY em mais de 150 países contribuem para o crescimento, transformação e operação de seus clientes. Saiba mais sobre como geramos valor as empresas por meio da tecnologia.
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