Inovação, o Santo Graal das empresas do Século 21. Diferente da lenda que inundou os sonhos dos templários e acalentou as discussões na mesa redonda do Rei Arthur, inovação existe e é bem palpável, mas suas empreitadas continuam falhando espetacularmente em metade das empresas da América Latina, segundo estudo recente da empresa de pesquisas Savanta, dos EUA, comissionada pela Kaspersky.
Para 98% das lideranças de inovação latino-americanas, a maioria dos projetos falha antes dos lançamento e metade dos projetos (48%) sequer passa da fase de desenvolvimento, considerada a mais desafiadora. Para a maioria, o principal motivo do fracasso da inovação é a falta de compreensão das necessidades dos clientes (26%). Para as 304 lideranças globais ouvidas (das quais 50 são da AL), o motivo número 1 é a falta de planejamento e estrutura.
Cultura corporativa voltada para entender os clientes e o mercado para gerar insights brilhantes, ter um plano estruturado e ter capacidade de execução, aparecem, na pesquisa, como um tipo de “Santa Trindade” da inovação. Aí entra na equação a necessidade de ter pessoas dedicadas, dentro da corporação, a pensar e apoiar a inovação. Mais da metade (58%) das entrevistadas têm equipes dedicadas ao assunto. Na outra metade, a prática fica isolada, na mão de uma pessoa, ou espalhada desordenamente pela companhia, por exemplo. E pensar inovação de forma dedicada entrou recentemente no cardápio corporativo: 49% desses times foram formados há menos de 5 anos.
A pesquisa da Kaspersky tinha como objetivo entender o impacto da cibersegurança nesse contexto. Ela não foi listada como motivo de fracasso, mas 82% dos entrevistados concordam que não incluir um diretor de segurança da informação (CISO, em inglês) na fase inicial do processo aumenta o risco de falhas, especialmente porque 54% deles consideram que a política rígida de segurança da informação pode asfixiar a inovação.
“Momentos críticos como o que vivemos agora são excelentes oportunidades para testar inovações. Nesse sentido, a cibersegurança não pode ser um obstáculo, mas parte integrante do processo”, diz Claudio Martinelli, diretor-geral da Kaspersky na América Latina.