Fazer carreira em uma única empresa deixou de ser regra. De um lado, os profissionais buscam flexibilidade. Do outro, as companhias demandam talentos qualificados para alavancar seus projetos. Os modelos tradicionais de contratação não são a única opção. A força de trabalho se transformou em um ecossistema: funcionários internos e externos podem se unir para solucionar os desafios organizacionais. De olho nessas transformações, startups conectam freelancers a empresas com demandas pontuais de trabalho. De projeto em projeto, os talentos autônomos apoiam diferentes organizações. Tudo isso mantendo a desejada autonomia.
O trabalho temporário não é novidade. O modelo foi instaurado no Brasil em 1974 pela lei nº 6.019. Mas o formato vem ganhando novos contornos com a demanda por mais flexibilidade. “As empresas buscam a contratação de profissionais para atuar em um projeto do começo ao fim. Isso vai ao encontro do desejo da nova geração, que não é mais composta por profissionais carreiristas. Antes, as pessoas entravam em concursos públicos ou ficavam 20 anos na empresa. Isso está cada vez mais raro. Essa não é uma geração que gosta da politicagem corporativa. São pessoas que entram, trabalham, entregam o projeto e vão embora. A flexibilidade de contratação ajuda a melhorar a atração e a retenção desses profissionais. No formato de atuação por projetos, é possível pensar tanto em profissionais quanto na formação de um squad”, afirma Lucas Nogueira, diretor associado da Robert Half.
As empresas passaram a entender que as soluções para as demandas organizacionais nem sempre são respondidas por funcionários internos. De acordo com o relatório “Orchestrating Workforce Ecosystems”, do MIT Sloan Management Review em parceria com a Deloitte, 93% dos gestores de companhias em todo o mundo incluem alguns dos trabalhadores externos como parte de sua força de trabalho. É por isso que o relatório define um ecossistema de força de trabalho como uma estrutura focada na criação de valor para uma organização. Essa estrutura engloba atores, de dentro e de fora da organização, que trabalham para alcançar tanto objetivos individuais quanto coletivos.
Flexibilidade é a palavra da vez
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