Correção no mercado latino: investimentos caem, mas otimismo se mantém

As startups latinas estão atraindo menos capital. No primeiro semestre de 2022, os venture capitalists investiram US$ 5,4 bilhões em startups da América Latina, segundo a LAVCA (Associação de Investimento em Capital Privado na América Latina). A captação é quase 20% menor que os US$ 6,7 bilhões aportados no mesmo período de 2021. Mas há espaço para otimismo: 2022 já é o segundo melhor ano para o ecossistema regional. A avaliação é que a atual correção do mercado é natural. Tanto a indústria de Venture Capital, quanto o ecossistema de inovação latino estão mais maduros e racionais.

“2021 foi um ano fora da curva. Estamos muito otimistas quanto ao fechamento de 2022, que deve ser o segundo melhor ano para a América Latina e o Brasil. Dada a maturidade do ecossistema, esperamos que as empresas sigam essa trajetória e melhorem ainda mais em 2023 e no curto prazo. Ocorreu uma correção no late-stage? Absolutamente. É reflexo das condições macroeconômicas globais. Isso não significa que os investidores estão menos comprometidos com a região, mas que eles têm horizontes de tempo mais longos para realizar seus investimentos”, analisa Carlos Ramos de La Vega, diretor de Venture Capital da LAVCA.

O Crunchbase ressoa o coro de otimismo. Uma análise publicada no site da plataforma indica que as perspectivas para a região são positivas no longo prazo. A avaliação é baseada na maior resiliência do early-stage, apesar da forte queda do late-stage. No segundo trimestre, as rodadas de Série A e B somaram US$ 1,1 bilhão - uma baixa de 15% ante o 1ª trimestre. Já os estágios avançados registraram uma redução de cerca de 33% entre os trimestres.