The Shift

Chega de embromação: “temos que colocar dinheiro nas mãos das mulheres”

Algumas startups com destaque no ecossistema de inovação brasileiro foram fundadas por mulheres. Gupy, Agrosmart e Nubank são bons exemplos. Mas poucas empreendedoras conseguem o mesmo sucesso que Mariana Dias, Mariana Vasconcelos e Cristina Junqueira. Já não é novidade que existe um teto de vidro no ecossistema: menos de 5% das startups nacionais são fundadas apenas por mulheres. Elas ainda conseguem menos capital que os homens - empresas criadas só por empreendedoras receberam apenas 0,04% do total aportado em 2020. Em 2022, o cenário melhorou, mas ainda está longe da equidade. Cerca de ⅓ dos dólares investidos na América Latina no primeiro semestre deste ano foram para startups lideradas por mulheres. Desde de 2014, o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino é comemorado em 19 de novembro. Mais do que a celebração das empreendedoras, a data é uma recordação de que a igualdade de gênero ainda precisa avançar no mundo dos negócios.

A data em celebração ao empreendedorismo feminino foi criada pelo movimento Women’s Entrepreneurship Day Organization (WEDO). O objetivo é empoderar as mulheres e seus negócios. “Empoderar mulheres em todo o mundo e investir em seu futuro ajuda a impulsionar e promover vitalidade econômica e segurança local e globalmente. As habilidades de liderança do século XXI, como cooperação, comunicação e compartilhamento, são mais comumente associadas às mulheres. Queremos celebrar os pontos positivos ​​que as mulheres empresárias trazem para a economia global, bem como inspirar e apoiar as futuras gerações de mulheres empresárias”, afirmou a fundadora da organização, Wendy Diamond, quando o dia foi comemorado pela primeira vez.

No Brasil, a B2Mamy tem um propósito parecido. A socialtech foca em tornar mães e mulheres líderes e livres economicamente. Para isso, acelera startups, oferece capacitação e apoia a realocação de profissionais no mercado de trabalho. A empresa teve - e ainda tem - um papel fundamental na evolução das discussões sobre a vida profissional das mulheres. Tanto que, atualmente, a CEO da B2Mamy, Dani Junco, fala sem meias palavras que todo mundo já entendeu que existe um gap de gênero no ecossistema empreendedor e o quão melhor são os resultados de uma empresa mais diversa. O que ela quer é ver mais cheques na mesa. Mais mulheres e mães fundadoras de startups com investimento. Afinal: “só o dinheiro liberta mesmo”.

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