No combate às células cancerígenas, o ser humano sofre duplamente. Os efeitos colaterais da quimioterapia ou radioterapia podem ser tão devastadores quando a doença em si, porque geram queda de imunidade (neutropenia), que chega a afetar mais da metade dos pacientes com linfoma e 34% de pacientes com câncer de mama. Isso porque a quimioterapia pode atingir a medula óssea, produtora de glóbulos brancos, que defendem o organismo contra infecções. Uma pesquisa recente do INCA (Instituto Nacional do Câncer), identificou, por exemplo, aumento da variabilidade genética do vírus da COVID-19 em pacientes com câncer e surgimento de múltiplas infecções.
Daí o entusiasmo da comunidade científica e médica em torno da imuno-oncologia (Immuno-oncology, ou I-O), um setor em rápida expansão, que usa biotecnologia e biologia sintética para criar drogas que direcionam o sistema imunológico contra alvos específicos do câncer, desencadeando uma resposta capaz de destruir as células cancerígenas. A imuno-oncologia tem menos efeitos colaterais e trata diferentes tipos de câncer, como melanoma, próstata, mama, colorretal, pulmão, cabeça e pescoço.
- Do ponto de vista global, estamos falando de um ecossistema de laboratórios, centros de pesquisa, hospitais e clínicas que deve crescer de US$ 77 bilhões em 2021 para US$ 145 bilhões em 2026, segundo relatório da TBRC Business Research divulgado em agosto deste ano.
- Um mapeamento da Credit Suisse Healthcare Database, uma plataforma que gera insights a partir de prescrições médicas anonimizadas de 1/3 da população dos EUA (122 milhões de pessoas) identificou que o uso de terapias PD-1 ou PD-L1 está crescendo rapidamente e seus efeitos são de maior impacto quando utilizadas antes da metástase. Isso faz com que esse mercado específico represente US$ 50 bilhões em 2026.
- Do ponto de vista de Deep Techs (startups científicas), a imuno-oncologia representa uma vasta oportunidade de crescimento. A Truic Startup Savant, por exemplo, mapeou 10 startups mais promissoras em 2022 que, juntas, já captaram US$ 954 milhões em funding.
- Entre as startups globais de imunoterapia consagradas estão a Moderna e a BioNTech, ambas protagonistas importantes das vacinas contra a COVID. Juntas já captaram mais de US$ 3 bilhões em investimentos. Uma lista de 107 startups da categoria, elaborada pela Medicalstartups.org, inclui empresas da China, Europa e América Latina (a argentina VIROgene).
- O cultivo de células em laboratório (cell culture) é um ecossistema que deve movimentar US$ 44,8 bilhões em 2028, segundo estudo da Insight Partners, publicado nesta quarta-feira (28/09). Estamos falando da criação em laboratório de células específicas que podem combater câncer ou doenças infecciosas como difteria, Escherichia coli, giardíase e HIV/AIDS.
- A COVID-19 provou que esse é um setor altamente colaborativo, no qual empresas estabelecidas fazem parcerias com startups para acelerar o desenvolvimento de drogas e tratamentos. O ecossistema de terceirização de pesquisas de imunoterapia contra câncer representa um mercado de US$ 2,6 bilhões até 2030, crescendo a taxas CAGR de 10% ao ano a partir de 2022, aponta a ResearchAndMarkets.
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