The Shift

NFT: entenda por que esse mercado pode render bilhões

Os cryptopunks são pequenos avatares gerados na blockchain da Ethereum. Foram criadas apenas 10 mil figurinhas e uma diferente da outra

O termo fungible (fungível, em português) passou a ser tema de conversas na área da economia e da tecnologia nas últimas semanas por conta da onda NFT, atrelada à criptopmoeda Ethereum e suportada pela tecnologia blockchain. Os NFTs estão alimentando transações milionárias de itens digitais colecionáveis, de arte a clipes de música, passando por tênis virtuais e cards de jogadores de basquete, cuja autenticidade, unicidade e cadeia de propriedade são criptografadas e garantidas por blockchain.

NFT é a sigla para Non-Fungible Tokens, ou tokens não-fungíveis. Se fungível define um bem que é consumível e pode ser substituído por outra coisa de mesma espécie, qualidade, quantidade e valor (um bitcoin, por exemplo), um item não-fungível é uma peça única, não consumível e não substituível. Mal comparando, é a diferença entre a Mona Lisa original instalada no museu do Louvre e a reprodução do mesmo quadro feita em papel barato. No caso do NFT, é a diferença entre ser dono do único vídeo da gravação original de uma banda de rock ou de um MP3 da mesma banda reproduzido milhões de vezes.

Por enquanto, o NFT está sendo explorado por artistas gráficos, músicos, empresas de games, esportistas e influenciadores digitais. O mercado quadruplicou de tamanho em 2020, com US$ 250 milhões em transações. Mas empreendedores bilionários como Mark Cuban garantem que a venda do ícone animado de um gato voador por US$ 600 mil é só a ponta do iceberg de um negócio que pode abrir fontes de receita para todas as empresas. “O que está acontecendo agora é uma prova de conceito“, tuitou recentemente.

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Os NFTs apareceram em 2017, quando dois cryptodesigners criaram as figurinhas CryptoPunks, pequenos avatares gerados na blockchain da Ethereum. Foram criadas apenas 10 mil figurinhas e uma diferente da outra. A figurinha CriptoPunk5234, por exemplo, foi comercializada esta semana por mais de US$ 500 mil.

No mesmo ano, a empresa de games Dapper Labs lançou o game CryptoKitties com gatinhos virtuais que podiam ser comprados e vendidos em Ethereum. A mesma Dapper Labs agora está por trás do maior fenômeno dos NFTs, os cards digitais NBA Top Shots, que já somam US$ 297 milhões em transações, segundo a CryptoSlam, vendendo essencialmente pedaços colecionáveis de momentos únicos de jogadores da NBA em ação.

A mania de colecionar existe entre os seres humanos há séculos. Os NFTs parecem ser uma forma de digitalizar essa prática com esteróides. Por enquanto parece coisa de millennials que ganharam muito dinheiro explorando criptomoedas e não têm onde gastar. Pode ser que Mark Cuban tenha razão e os tais digital assets sejam o futuro. Para Noah Davis, especialista em arte contemporânea da casa de leilões Christie’s, são o movimento esperado por colecionadores sérios de arte digital.

Sinais de loucura?