The Shift

Cientista de dados: quem são e o que fazem no Brasil

Para além das competências técnicas já esperadas, como o domínio da Matemática, profissionais de Ciência de Dados com atuação no Brasil apresentam forte domínio de “Habilidades de Negócio”, com conhecimentos acima da média em disciplinas como Gestão de projetos e Desenvolvimento de negócios. É o que revela um estudo acadêmico assinado por Luciana Monteiro-Krebs, Marcelo Coutinho Lima e Ricardo Cappra, publicado no livro “Pesquisas comunicacionais em interface com arte, tecnologia, religião, meio ambiente”, editado em comemoração aos 25 anos do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS.

Dos 98 respondentes, 40% atuam majoritariamente na área de negócios, como gestor, líder ou empreendedor, 27% são da área de pesquisa, atuando como pesquisador, cientista e/ou estatístico. Desenvolvedores (programador e/ou engenheiro) correspondem a 17% dos respondentes da pesquisa e 16% são criativos (artista, hacker).

CADASTRE-SE GRÁTIS PARA ACESSAR 5 CONTEÚDOS MENSAIS

Já recebe a newsletter? Ative seu acesso

Ao cadastrar-se você declara que está de acordo
com nossos Termos de Uso e Privacidade.

Cadastrar

O estudo traz dados empíricos sobre o desafio da multidisciplinaridade na área de Ciência de Dados. Os resultados alertam para a necessidade de formar equipes com perfis diversos, que possibilitem olhares complementares para os dados, para construir soluções adequadas ao negócio.

“Quando calculamos as médias de proficiência nas 25 diferentes competências agrupadas por áreas, os profissionais apresentaram níveis acima da média em pelo menos uma competência em uma área diferente da sua área de origem”, explica Luciana Monteiro-Krebs, doutorando na KU Leuven, na Bélgica.

Por exemplo, cientistas de dados com atuação predominante em áreas de negócios também possui conhecimentos avançados (pontuação acima da média considerando todos os perfis profissionais) em Dados estruturados (Tecnologia), e Modelos gráficos (Matemática). Porém, apenas um pequeno percentual se considera especialista em todas as áreas (3,7%). A grande maioria declara ter um nível intermediário em quatro ou cinco áreas do conhecimento.

“E aí se apresenta um desafio tanto para profissionais quanto recrutadores, que é o perfil ‘excelente em tudo’, como algumas posições no mercado têm buscado. É difícil de ter, e difícil de achar”, explica Luciana.

Na verdade, 77% afirmam não possuir proficiência de especialista em nenhuma área. Assim, no Brasil, é mais fácil encontrar pessoas com nível intermediário em quatro ou cinco disciplinas utilizadas pela Ciência de dados (74,2% e 66,7%), do que especialistas em uma única área (33,3%).