The Shift

Carteira de Habilidades com blockchain: evidências de lifelong learning

Onde quer que esteja e o que quer que faça, você está recebendo sinais e imensa pressão para se reinventar, ser resiliente, aprender, desaprender e reaprender cada vez mais, ter mentalidade de crescimento, ser ágil, inspirar outras pessoas, analisar… e por aí vai. Tudo sendo necessário para nos mantermos relevantes no mundo complexo e em transformação digital acelerada em que vivemos.

No cenário de aprendizagem corporativa, nos encontramos tentando surfar na era do superaprendizado ágil e ao longo da vida. Há muito investimento sendo feito na adoção de novos modelos e no uso de recursos e tecnologias que viabilizem o desenvolvimento de habilidades, além de qualificação e requalificação contínuas — também conhecidas como upskilling e reskilling, ou até o outskilling, que consiste em olhar para futuro e mapear os profissionais que possuem funções com risco de deixarem de existir e que, por isso, têm alta probabilidade de perder o trabalho em um futuro próximo. Esse mapeamento é essencial para uma possível repriorização no desenvolvimento de novas funções.

Analisando bem, no centro disso tudo está o fato de que todos buscam prontidão de habilidades ou capacidades e têm o objetivo de identificar necessidades e desenvolver pessoas com potencial de tornar o grupo, ou a organização, ainda mais forte para enfrentar o futuro.

CADASTRE-SE GRÁTIS PARA ACESSAR 5 CONTEÚDOS MENSAIS

Já recebe a newsletter? Ative seu acesso

Ao cadastrar-se você declara que está de acordo
com nossos Termos de Uso e Privacidade.

Cadastrar

Quer um complicador? Vivemos em um mundo hiperconectado como uma rede distribuída, de todos para todos, multigeracional e multicultural, diverso, mas ainda não inclusivo como deveria, com uma produção de informação e conhecimento sem precedentes. É nesse cenário que aprendemos. Mesmo que a empresa promova eventos e desenvolvimentos corporativos formais, as pessoas buscam outras conexões, em paralelo, e têm um jeito próprio de aprender, se desenvolver e se apoiar entre si. Elas aprendem em plataformas de compartilhamento de informações simples e rápidas. Curtem, comentam, complementam e influenciam. Tudo faz parte do ecossistema de aprendizagem distribuído e real no qual já estamos inseridos.

Três dos maiores desafios das áreas de T&D das empresas são:

Na real, nada mais é tão linear. O mundo atual está muito mais baseado em múltiplas evidências e comportamentos do que em eventos, em avaliações pontuais ou sazonais, ou mesmo em ferramentas de mensuração de capacidades. Aprendemos, desaprendemos, reaprendemos e impactamos o tempo todo, de várias formas. E para isso acontecer no volume e ritmo necessários, só é possível com planejamento, tecnologia e análise de dados aportados no ambiente, nas metodologias e nos rituais das áreas de aprendizagem.

Os dados certos, coletados de forma inteligente e segura, e disponibilizados em bases confiáveis que possam ser acessadas para análises e para suportar decisões, retroalimentam um fluxo contínuo de superaprendizado.

É aí que entra a defesa crescente do uso de tecnologia blockchain como aceleradora desse processo.

BLOCKCHAIN?  

COMO ASSIM? 

ISSO NÃO É TECNOLOGIA DE CRIPTOMOEDAS?  BITCOIN?

TAMBÉM. MAS É MUITO MAIS QUE ISSO. 

Trafegar nessa complexidade requer tecnologia, e blockchain é a tecnologia que viabiliza e registra transações adotando modelos, regras e monitoramento de forma a possibilitar operações transparentes, com histórico imutável e extremamente confiáveis. E um dos fatores mais importantes é que ela opera como uma grande rede que conecta pontos a milhões de outros pontos, onde tudo o que é registrado também é protegido por criptografia e multiplicado em cópias que guardam a história de diversas evidências, de qualquer transação, garantindo que tudo permaneça gravado para sempre.  

Principais aplicações de blockchain atualmente 

Em um artigo sobre blockchain e seu poder transformacional, Leonardo Gonçalves, especialista do Unboxlab, laboratório de inovação da Afferolab, dá uma base excelente do que é e de como está caminhando essa tecnologia. Ele reforça que não importa o que surgiu primeiro, se o bitcoin ou o blockchain, assim como não faz diferença entre o ovo e a galinha. O que importa é que o blockchain veio para ficar, já impacta fortemente o mercado e nós precisamos aplicar nossas tech skills para entender isso, antecipando impactos e buscando novas oportunidades. 

Blockchain na aprendizagem 

Se blockchain gerencia muito melhor a responsabilidade e a transparência, faz todo o sentido ser aplicado para evidências do que se aprende e do que se faz. Com ele é possível registrar evidências, conjuntos de evidências de habilidades ou ações e traduzir isso tudo em conquistas que podem virar tokens ou ativos digitais.  

Isso é valor para cada indivíduo reconhecido, para grupos e até para a organização em sua totalidade. Conquista sobre conquista. 

A melhor parte de se trabalhar com inovação é aplicar tudo em casa para vermos o que acontece. Aqui na Afferolab estamos executando um projeto beta de tokenização para gerar uma carteira de habilidades mais valiosa do que diplomas e traduzir, de forma justa e transparente, os objetivos que nós alcançamos e os resultados que conquistamos todos os dias. Como parceiro tecnológico, escolhemos a Hathor Network, que possui um modelo de blockchain extremamente rápido e nos ajudou a identificar e desenvolver tokens que são ativos valiosos de conquistas de habilidades. 

Os resultados e aspectos de propriedade da conquista e da “vitrine” de relevância com a tokenização têm sido empolgantes. Embora essas conquistas sejam das pessoas, em conjunto elas fortalecem todo o grupo.  

Na prática, vale destacar ser necessário reunir vários elementos para colocar um projeto como esse em prática:  

O desdobramento disso na sociedade será positivo se todos procurarmos conhecer a tecnologia e seus possíveis impactos, se buscarmos possibilidades em nossos contextos e se, a partir disso, desenharmos aplicações para um futuro desejável. 

Além disso, se todos os grupos que lideram iniciativas de desenvolvimento humano se provocarem a mudar a mentalidade, entenderem que vivemos em rede, num contexto de cultura distribuída, e se propuserem a experimentar — pilotar — essa nova maneira de reconhecer o desenvolvimento das pessoas, assumiremos uma função executiva, saindo do modo expectador e passando a, efetivamente, co-construir um futuro para o desenvolvimento humano em parceria com a tecnologia.   

Texto de Barbara Olivier, diretora executiva de Inovação e Tecnologia da Afferolab.

 

Referências