“Toda inovação tem que ser sustentável”

Acontece a todo momento em algum lugar do mundo e do Brasil: o consumidor entra no mercado, procura determinado produto, compara preços. Como saber que aquele açúcar ou café vem mesmo de um produtor sustentável, como indica o rótulo? E aquela cartela de ovos? As galinhas vivem mesmo soltas ciscando?

Algumas empresas oferecem informações para que o consumidor tenha a rastreabilidade do produto. Mas é difícil ter certeza que se está levando o que é anunciado. “A tecnologia é a chave, honestamente", diz Carlos Capps, líder das indústrias de Varejo, Consumo, Saúde e Agricultura da IBM Consulting para a América Latina. Para ele, a tecnologia é a única coisa que pode nos ajudar nessa cruzada, permitindo cruzamento de dados e análises de cadeias de suprimento. “A gente precisa ter visibilidade disso. Não pode ser apenas uma cláusula no contrato. E essa visibilidade tem que ser autenticada e para isso precisamos de analytics em escala.”

Claro que ainda não estamos lá. Algumas empresas usam blockchain para rastrear a origem, mas pensar em como olhar um ecossistema inteiro de modo sustentável ainda é um desafio enorme. Mas há alguns sinais que indicam um resultado mais positivo. No relatório “Own your Impact: Practical Pathways to Transformational Sustainability”, divulgado pelo IBM Institute for Business Value (IBV) a partir de 3.000 entrevistas com CEOs em 40 países, os CEOs e C-levels estão correndo atrás de iniciativas e programas que alinhem as companhias com objetivos ESG. “Em termos de execução real de iniciativas de sustentabilidade, as organizações variam de nenhuma atividade à implementação total em todo o ecossistema. A maioria – 72% – ainda está pilotando ou implementando apenas partes de sua estratégia. Independentemente disso, os CEOs estão otimistas sobre seus investimentos, com 64% expressando confiança de que atingirão suas metas gerais”, aponta o relatório.