The Shift

SXSW 2023: Rohit Bhargava e os futuristas relutantes

Todo mundo fica fascinado quando falamos de futuro em 2050. Mas e quanto às pessoas interessadas em saber o que pode acontecer entre agora e 2030? Ou, no máximo, ao longo da próxima década? Essas são as futuristas relutantes, diz Rohit Bhargava, autor dos livros Non Obvious, sobre tendências de consumo e tecnologia, e figurinha carimbada da SXSW.

Este ano, ele veio acompanhado de Henry Coutinho-Mason, consultor, CEO e fundador da TrendWatching, para lançar o livro “The Future Normal: How We Will Live, Work and Thrive in the Next Decade, escrito pela dupla, para a alegria dos relutantes. O lançamento é global e o livro pode ser comprado na Amazon por apenas 99 centavos de dólar esta semana.

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The Future Normal conta as histórias de mais de cem empreendedores que estão mudando o mundo. De quebra, apresenta trinta tendências, compiladas ao longo de três anos de pesquisa da dupla. Os tópicos vão do uso de drogas psicodélicas para bem-estar, até futuro do trabalho remoto, carros elétricos, carne cultivada em laboratório e outras coisas que estão circulando abertamente na SXSW 2023.

“Falamos em futuristas relutantes, mas nesse momento estamos mais para “nowistas”, porque boa parte do que estamos falando já está entre nós”, diz Coutinho-Mason. “São coisas que só uma pequena parcela da população está vendo, mas que estão aqui. O que as pessoas nos pedem é conectar os pontos para sinalizar como essas coisas inovadoras podem ganhar volume e adoção em massa. É sobre isso que é o livro”, completa Rohit.

É o caso das tecnologias de monitoramento metabólico, uma das 15 tendências apresentadas por eles no evento. Uma das tecnologias em questão é um sensor na forma de patch, criado pela startup Supersapiens, feito para monitorar os níveis de glicose do usuário, sem ser invasivo.

Seu criador, Phil Southerland, foi a pessoa mais nova dos EUA a ser diagnosticada com diabete tipo 1 (tinha sete meses de idade). Southerland é também CEO da Team Novo Nordisk, uma parceria entre a Novo Nordisk e a fundação Team Type 1, focada em esclarecer as pessoas sobre como usar esporte para controlar a diabete tipo 1.

“O dispositivo começou a ser usado com esse propósito, mas esportistas, como o corredor de F-1 Lewis Hamilton, descobriram o dispositivo e começaram a usar também. E isso pode se espalhar para milhões de pessoas pré-diabéticas”, diz Coutinho-Mason.

O que aconteceu, explica, foi o “efeito Tesla”. “Você cria um produto caro, para um grupo reduzido, mas começa a ver que sua aplicação pode ter um alcance muito maior, e isso impacta o futuro de um grande número de pessoas”, completa.