"Dois anos depois da contração mais significativa da economia da inovação desde a crise das ponto-com, surgem sinais de normalização — e até de recuperação — no horizonte". Será 2024 o ano em que as startups de tecnologia e os fundos de venture capital vão parar de prender a respiração e recuperar o fôlego?
Segundo o relatório "State of the Markets H1 2024", publicado pelo Silicon Valley Bank (SVB), "parece que estamos mais perto do fim da crise do que do começo". No documento, que é produzido a cada dois anos, o SVB pratica um otimismo cauteloso:
- Os valuations atingiram o fundo do poço no segundo semestre de 2023 e agora voltam a subir (sem as loucuras de 2021). A expectativa do banco é que os múltiplos de 2024 serão 35% menores que os do pico histórico (4T2021). Ótima notícia, se lembrarmos que em 2023 eles foram 49% menores.
- A atividade do capital semente permanece resiliente com a tendência de alta dos valuations;
- Negócios de tecnologia Series A tendem a subir "com a volta ao mercado de um grupo robusto de empresas em estágio inicial". O banco prevê 1,5 mil deals em 2024 (mais que os 1,3 mil de 2023).
- A recente recuperação dos mercados públicos pode abrir "a janela de IPOs para o maior grupo de unicórnios que a economia da inovação já teve". Contra os 6 IPO de 2023, o banco prevê pelo menos 15 em 2024.
- O foco dos VCs encontrou seu rumo novamente: negócios altamente escaláveis, que têm potencial para disruptar grandes mercados e que funcionam de forma eficiente.
- Mas a visão do SVB é de um mercado com menos VCs. A captação de recursos pelos fundos em 2023 atingiu seu nível mais baixo desde 2017: US$ 53 bilhões. Queda de 62% em relação ao recorde de 2022. "Não foi por falta de tentativa. Para cada dólar de VC que foi fechado, quase dois dólares em fundos anunciados não foram coletados".
- Para 2024, o SVB prevê captação de US$ 50 bilhões em venture capital só nos EUA. Uma previsão com o pé no chão. "Em 2023 a expectativa era de US$ 70 bilhões e a realidade foi US$ 53 bilhões".
- Não acredite na "lenda do dry powder": o dinheiro em caixa dos VCs continua alto, mas não quer dizer muita coisa. Boa parte desse dry power tem dono - apoiar as startups já investidas, ao invés de procurar negócios novos.
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