O que há em comum entre o cantor Peter Gabriel, o SEC – a Comissão de Valores Mobiliários norte-americana e o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária – Conar brasileiro? Todos são caçadores de greenwashers, criminosos dessa modalidade de fraude e maquiagem de dados, agora na versão “verde”; ou seja, envolvendo o impacto das ações corporativas perante ao meio ambiente, à sociedade e aos seus stakeholders. À medida em que corporações antes respeitadas como o Deutsche Bank e o banco americano Goldman Sachs passaram ao banco dos réus (ao nomearem “verdes” fundos que não seriam assim tão “coloridos”), os países aceleraram a elaboração de medidas legais para conter este tipo de crime.
A tendência ao delito corporativo, por sinal, está em alta. A Pesquisa Global sobre Fraudes e Crimes Econômicos 2022 da PwC, que envolveu 1.296 executivos em 53 países e regiões, mostra que a ameaça dos fraudadores externos está crescendo. Quase 70% das organizações que informaram terem sofrido fraudes relataram que o incidente mais grave teve como base um ataque externo ou um conluio entre agentes externos e internos. Mais alarmante ainda foi a pesquisa, em nível global, produzida pela Harris Poll para o Google Cloud em abril deste ano, na qual 58% dos 1.500 CEOs e líderes C-level de empresas com mais de 500 funcionários afirmaram que suas empresas eram culpadas de greenwashing. Outros 66% questionaram se os esforços de sustentabilidade de sua empresa eram genuínos ou não.
Novo arcabouço legal
A prática mais comum do greenwashing é, no caso das empresas, mostrarem-se mais responsáveis e compromissadas do que realmente são. Ou, no caso dos fundos de investimento, invocarem-se “verdes” e ESG quando jamais se preocuparam com uma árvore e muito menos em financiar empresas de impacto socioambiental. Mas, afinal, por que este crime se tornou corrente? Pelo simples fato que, hoje, empresas que não possuam políticas ESG correm o risco de terem suas ações desvalorizadas e perderem investidores.
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