A ascensão da IA apresenta desafios e oportunidades para operações sustentáveis de data centers. Embora as cargas de trabalho de IA exijam significativamente mais energia, elas também estão impulsionando inovações em eficiência.
“Estamos usando IA para ajudar a IA”, explicou Rodrigo Radaieski, COO da Ascenty, durante o painel “As novas tecnologias de energia e dados mudando os data centers”, no Febraban Tech 2025. “Os dados de telemetria de temperatura, umidade e variações climáticas alimentam sistemas de IA que otimizam as operações do data center em tempo real.”
“Estamos adicionando uma terceira categoria de manutenção, além da preventiva e corretiva: a manutenção preditiva”, compartilhou Radaieski. “Isso prolonga a vida útil dos equipamentos, reduz o consumo de diesel e diminui as emissões.”
Além disso, a IA melhora a sustentabilidade do datacenter ao viabilizar:
- Otimização do ponto de ajuste para sistemas de refrigeração;
- Otimização de aquisições para redução de desperdícios;
- Distribuição da carga de trabalho para maximizar a eficiência;
- Descoberta acelerada de novos materiais sustentáveis.
Isso porque, dentro do data center, há um número crescente de sensores que coletam dados de dispositivos, incluindo UPS (back-up de energia), unidades de distribuição de energia, painéis de manobra e resfriadores. Os dados sobre esses dispositivos e seu ambiente são analisados por algoritmos de aprendizado de máquina, que selecionam insights sobre desempenho e capacidade, por exemplo, e determinam respostas apropriadas, como alterar uma configuração ou enviar um alerta.
Em resumo, a IA ajuda a analisar padrões de comportamento para antecipar situações e ajustar automaticamente os sistemas para reduzir o desperdício. E, até antecipa a descoberta de novos materiais que vão nos ajudar a ter uma célula fotovoltaica mais eficiente, uma pá de turbina eólica mais eficiente, uma bateria mais eficiente, um planeta mais sustentável. A descoberta acelerada é uma área talvez das mais nobres para a IA.
Em tempo: o painel da Febraban Tech também apresentou argumentos convincentes de que o Brasil — com sua matriz energética 90% renovável – pode se tornar a capital mundial da computação sustentável. Com um alerta: segundo os debatedores, temos cerca de cinco anos para aproveitar essa oportunidade antes que outros países a alcancem. Vale ouvir!