Em 2019, as empresas de mídia e entretenimento dos EUA lançaram 532 séries para TV (drama, comédia e minisséries). O mercado “went bananas” (enlouqueceu), como fez questão de frisar o CEO da FX Networks, John Landgraf, ao abrir os números da pesquisa da FX em um evento da Associação dos Críticos de TV (TCA). E o agitador das águas é de fato a indústria de streaming, que responde por quase a metade desse número.
A pergunta que fica é: tem audiência para absorver tanta série assim? Em 2015 Landgraf jurava que não e lançou o termo “peak TV”, afirmando que a indústria tinha batido no teto e que em 2016 o número de séries diminuiria. Errou feio.
Para produzir conteúdo original, entre filmes e séries, as empresas gastaram mais de US$ 120 bilhões, segundo dados da Variety Intelligence Platform. A Netflix gastou US$ 15 bilhões, Amazon gastou US$ 6,5 bilhões e a Apple outros US$ 6 bilhões. E a Disney sozinha torrou US$ 27,8 bilhões.
E 2020 promete ser ainda pior (ou melhor, depende do ponto de vista) A Netflix, por exemplo, vai gastar US$ 17,8 bilhões em 2020, segundo o analista Daniel Salmon, da BMO Capital Markets. E ainda é preciso incluir na conta a entrada de novos players digitais como a Quibi, o serviço de streaming da NBC chamado Peacock, e a HBO Max.