Um total de 27 bilhões. Esse é o número de dispositivos de Internet das Coisas que devem estar conectados até 2025. Todos esses aparelhos demandam uma fonte de energia. Uma opção é o uso de baterias. A startup brasileira IBBX propõe uma solução alternativa: a captura de energia perdida no ar. A tecnologia criada pela deep tech nacional consegue reciclar a energia proveniente de ondas eletromagnéticas para carregar sensores e equipamentos. Tudo sem fio. Com um encaixe perfeito com as demandas do segmento IoT, a grande aposta é aplicar os produtos para alavancar a indústria 4.0.
A solução da startup se baseia na tecnologia de Energy Harvesting, que foca nos sinais eletromagnéticos de baixa frequência. O processo captura e armazena energia derivada de fontes externas para utilizá-la para outros fins. A sacada surgiu da vontade de Luís Fernando Destro, cofundador e CEO da IBBX, de solucionar as perdas de energia das máquinas. A resposta foi a reciclagem energética. “Eu trabalhava em uma empresa do ramo de construção industrial. Os instaladores de equipamentos de automação sempre falavam que os painéis elétricos estavam com interferência. Essa interferência vinha dos motores. Analisei o problema e vi que existia uma quantidade absurda de energia perdida em um motor industrial. São perdidos megawatts de energia em ondas eletromagnéticas. Então, comecei a estudar como capturar essas ondas”, explica o CEO.
A solução pode ser aplicada a diversos produtos, como o carregamento de celulares e câmeras de vigilância. Foram realizados alguns protótipos. Já são mais de 10 patentes depositadas. A IBBX encontrou uma oportunidade de gerar receita no segmento de IoT, especialmente o industrial. O mercado de Internet das Coisas deve saltar dos US$ 478.36 bilhões de 2022 para US$ 2.465.26 bilhões, em 2029. Os dados são da Fortune Business Insights. O setor tem dois gargalos: energia e conectividade. A solução da IBBX consegue resolver ambos. Por isso, os fundadores optaram por começar a atuar com um foco na indústria 4.0 - para a startup, o conceito não se limita à manufatura. Agricultura inteligente e cidades inteligentes são alguns dos outros segmentos atendidos pela deep tech.
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