A construção do ERP ganha em recursos e flexibilidade dentro do conceito de SAP Surrounding (Crédito: Freepik)
A promessa de flexibilidade e customização oferecida por plataformas de ERP modernas ganha contornos mais robustos quando é acompanhada de um ecossistema inteligente de ferramentas, metodologias e uma estratégia bem desenhada de arquitetura corporativa. Para isso, é preciso contar com parceiros, ferramentas, conectores e uma abordagem multidisciplinar para as equipes.
A construção do ERP ganha em recursos e flexibilidade dentro do conceito de SAP Surrounding. O SAP Surrounding refere-se ao ecossistema de soluções e ferramentas que se complementam e integram com o sistema SAP, ampliando suas funcionalidades sem comprometer o núcleo (core) do sistema. Isso inclui extensões, customizações, Analytics, IA Generativa, sistemas legados, ferramentas de automação, robótica e plataformas de integração. Sua construção modular permite flexibilidade ao sistema ERP.
No gráfico a seguir, podemos ver o SAP Surrounding se apoiando num ecossistema que inclui desde parcerias com Microsoft, Snowflake, Automation Anywhere, UiPath, Celonis e outras, até ferramentas como SAP Signavio, SAP BTP e LeanIX. A escolha correta desses componentes é crítica para não comprometer o core do sistema e garantir que o Surrounding esteja alinhado com os objetivos de negócio.
Para alcançar a sinergia dentro do universo do ERP, é preciso olhar para os seguintes elementos:
- Ecossistema de ferramentas e parceiros
- Metodologias proprietárias
- Aceleradores e conectores com SAP
- Abordagem e equipes multidisciplinares
1. Ferramentas e parceiros
Desenvolvem e integram soluções e aplicativos que se conectam à plataforma ERP. Olhando para o gráfico acima da EY, podemos ver empresas que oferecem a possibilidade de integrar suas ferramentas de maneira customizada para ERPs. Para as empresas, significa que aproveitar o que essas empresas já oferecem poupa bastante tempo, investimentos altos em desenvolvimento e deslocamento de recursos na forma de equipes.
A escolha das ferramentas e parceiros deve estar muito bem alinhada com o propósito de negócios da companhia que quer implementar o modelo ERP Surrounding. Os parceiros devem ter uma reputação alta e ferramentas que façam sentido para os objetivos de negócios. Pensou em automação? Que áreas e tarefas poderiam ganhar valor com a automatização de serviços?
2. Metodologias proprietárias e governança
Aqui entram as metodologias desenvolvidas internamente pela empresa. Voltando à solução da EY, pode-se ver o EY S2MA (Maturity Assessment), uma ferramenta de diagnóstico proprietária que permite avaliar a maturidade de uma organização, identificando pontos fortes, pontos fracos e oportunidades de melhoria. Ela avalia aspectos como maturidade da arquitetura corporativa, grau de “clean core” do ERP, estratégia de integração e uso de tecnologias emergentes. O objetivo é fornecer um raio-X do ponto de partida da empresa e apoiar na construção de um roadmap. A EY também utiliza frameworks como o Enterprise Architecture e metodologias ágeis voltadas à jornada do cliente, com foco em racionalização de investimentos.
3. Aceleradores e conectores com SAP
DSRs (Distributed Statistics Records ou Registros Estatísticos Distribuídos) são criados para permitir o monitoramento do desempenho de um sistema SAP e de seus componentes. Esses registros de estatísticas fornecem informações sobre a carga de trabalho gerada e os recursos usados no sistema por ações. Já o DTMA (Digital Transformation Maturity Assessment ou Avaliação da Maturidade da Transformação Digital) permite às empresas entender qual seu nível de maturidade para construir um ERP que seja o melhor fit para a empresa dentro de sua estratégia de crescimento. Somam-se a elas as soluções da própria SAP, como o Signavio Process Intelligence e o SAP Process Insights, que fornecem visibilidade dos processos e identificam oportunidades de eficiência.
4. Abordagem e Equipes Multidisciplinares
Implementar um ecossistema de soluções e ferramentas que se complementam e integram com o ERP de forma estruturada exige formação de equipes multidisciplinares, que vão de desenvolvedores e arquitetos a especialistas em negócio, Supply Chain (cadeia de suprimentos), segurança cibernética e Customer Experience (CX). Na EY, isso implica em profissionais de diferentes áreas que podem fazer parte em algum momento do desenho e construção do ERP, assim como ferramentas como o EY Fabric, EY.ai EYQ, Canvas AI e Intelligent Payroll Chatbot mostram como o uso inteligente de IA já é realidade. O CoPilot, por exemplo, permite que tarefas administrativas sejam executadas por voz ou texto, aumentando a produtividade. O que se busca é fazer as melhores escolhas para o negócio, com base em conhecimento profundo.
O SAP Surrounding é mais do que uma camada técnica: é uma alavanca estratégica. Para colher seus benefícios, é preciso ir além da integração e olhar para arquitetura, valor de negócio, governança e equipe.